Saudável, mas calórico: o ideal é ingerir 45 gramas por semana (Unsplash)
Que chocolate é gostoso, todo mundo sabe. Mas, você sabia que ele faz bem para o coração? Neste sábado (26), é celebrado o Dia do Cacau, a fruta por trás do chocolate.
A data foi criada para promover um debate sobre como proteger os cacaueiros dos estados do Espírito Santo (ES) e Bahia (BA). Mas a ocasião também é uma oportunidade para conhecer os benefícios da fruta originária da região amazônica, que vão muito além do sabor marcante.
Antioxidante e anti-inflamatório
Um estudo publicado em 2019 pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) destaca a capacidade antioxidante, anti-inflamatória e cardioprotetora promovida pelo consumo de chocolate. Isso porque o cacau é rico em flavonoides, que protegem as células contra os efeitos dos radicais livres produzidos pelo organismo e está associado a menores taxas de hipertensão e diabetes, fatores de risco para doenças cardiovasculares.
O consumo também aumenta a função do óxido nítrico no nosso corpo, que reduz a pressão arterial e aumenta o fluxo vascular. “Tudo isso contribui para evitar a aterosclerose, que é a inflamação causada pelo acúmulo de gorduras, colesterol e outras substâncias nas paredes das artérias e dentro delas”, explica Claudio Tinoco Mesquita, editor-chefe do International Journal of Cardiovascular Sciences (IJCS), publicação da SBC.
No entanto, o cacau não é o único ingrediente presente nos chocolates comercializados. Para ser mais palatável, são acrescentados açúcar, leite e gordura em algumas formulações, o que torna o alimento calórico e pode levar à obesidade se consumido em excesso, que é um fator de risco para doenças cardiovasculares.
O mais adequado para reduzir os riscos é ingerir 45 gramas por semana, segundo artigo publicado no British Medical Journal, que avaliou 14 publicações sobre o assunto e estipulou uma meta válida, equilibrando benefício e quantidade.
Estudos também mostram que quanto maior é o percentual de cacau, maiores são os benefícios. “O mais saudável é o chocolate preto e mais amargo possível. O chocolate branco tem mais gordura e o amargo possui menos açúcar”, orienta Mesquita.
Segundo o médico, nenhum deles precisa ser evitado, mas, na hora da compra, é preciso estar atento à quantidade mínima de cacau e tomar cuidado com os falsos chocolates. Muitas opções vendidas no Brasil não possuem o percentual mínimo de cacau exigido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que é de pelo menos 25%. Muitos não chegam nem a 5%.
Light e diet
Outra questão que merece atenção são os chocolates light e diet. Um produto light tem 25% menos nutrientes, já o diet não tem nenhum nutriente. “O ovo de páscoa diet, por exemplo, não contém açúcar, mas pode possuir muita gordura. Também não é recomendado o consumo regular de achocolatados, pois têm uma alta quantidade de calorias”, destaca Mesquita.
Quando o assunto quantidade ideal de chocolate, o indicado é optar por uma barrinha pequena, de acordo com o médico. “Como em outras coisas na vida, a moderação parece ser a melhor opção”.
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