Apesar de muita gente achar que a vacinação contra Covid-19 representa o “fim” da pandemia, as 70 mil mortes diárias no mundo mostram que o risco da doença ainda é real, alerta a diretora geral adjunta para Medicamentos e Produtos Farmacêuticos da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mariângela Batista Galvão Simão, em evento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Ainda assim, a representante da OMS diz que é possível, sim, acabar com a fase aguda da pandemia causada pelo coronavírus ainda este ano.
“Isso porque, hoje, temos ferramentas e know-how que não tínhamos antes, mas não vai acontecer se tivermos complacência. Essa é uma doença prevenível, porque agora temos vacinas, e tratável, porque alguns medicamentos que impedem o agravamento da doença”, afirma Mariângela Batista Galvão Simão no evento realizado na quarta-feira (23) e disponível no YouTube.
A especialista da OMS lembra que a pandemia deixou ainda mais evidente a discrepância no acesso à saúde por parte da população. A meta do órgão da ONU é que estejamos “livres” dos riscos causados pelo coronavírus quando 70% da população mundial estiver vacinada.
Mariângela Simão defende o fortalecimento da estrutura global de saúde, para que o mundo esteja preparado para prevenir e responder de forma adequada a pandemias, especialmente em relação aos sistemas de governança e financiamento tanto da saúde pública quanto da própria OMS.
“O diretor geral Tedros (Adhanom Ghebreyesus, da OMS) disse que acabar com a pandemia em 2022 não é questão de sorte, é questão de escolha. Acrescento que esse tipo de escolha é sempre política. Essa pandemia não vai acabar país por país. A decisão política de quando isso termina tem que ser baseada na evidência científica”, ressalta a diretora geral adjunta.
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