Meio ambiente

Estradas do Sudeste são responsáveis por mais de 56% dos atropelamentos de animais no país

Da redação
portal@hojeemdia.com.br
14/04/2022 às 20:16.
Atualizado em 14/04/2022 às 20:46
 (PMR-MG/Redes Sociais)

(PMR-MG/Redes Sociais)

Todos os anos, 475 milhões de bichos silvestres morrem nas estradas brasileiras. Desse total, mais da metade (56%) deles perdem as vidas nas vias da região Sudeste – Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

A estimativa é do "Atropelômetro", do Centro Brasileiro de Ecologia de Estradas (CBEE) da Universidade Federal de Lavras e divulgada pelo Sistema Urubu, responsável pela campanha nacional "Ajudar é o Bicho" que começa neste sábado (16) e tem como lema "Todos pela Redução do Atropelamento de Animais".

De acordo com os dados do Atropelômetro, só nos quatro primeiros meses de 2022, mais de 135 milhões de animais de pequeno, médio e grande portes foram atropelados em toda a malha rodoviária do país. Desse total, 90% são bichos menores, enquanto 9% são médios e 1% grandes. A circulação de animais pelas vias também oferece risco aos humanos. Em 2019, 1.062 pessoas foram vítimas de acidentes envolvendo bichos.

A ideia da campanha é conscientizar a população sobre a importância da responsabilidade no trânsito e como isso afeta o número de animais mortos nas estradas. Motoristas podem ajudar com contribuindo com o Sistema Urubu, um aplicativo que busca mapear as áreas com maior concentração de atropelamentos.

Lançada em 2014, a iniciativa já reuniu mais de 50 mil pessoas que colaboraram com 40 mil registros de animais atropelados.

Corredores de fauna
A preocupação com a segurança dos animais cresce à medida que o fluxo nas estradas se intensifica, como no feriado prolongado da Páscoa, com início nesta Sexta-Feira Santa (15).

Durante o recesso, a Arteris Fernão Dias, concessionária que administra a BR-381, entre São Paulo e Belo Horizonte, estima que mais de 400 mil veículos passem pela rodovia no recesso, com fluxo mais intenso no trecho entre Contagem e Itatiaiuçu.

Para diminuir a exposição de animais nas estradas, uma das soluções são as chamadas passagens de fauna. O Hoje em Dia questionou o Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) sobre quantas passagens seguras para travessia de animais existem no Estado, mas não recebeu retorno até o fechamento desta matéria.

A reportagem também entrou em contato com as concessionárias  Via 040 e Concer, que operam em Minas, sobre a quantidade de corredores de fauna nos trechos em que elas atuam.

A Concer, que administra o trecho entre Juiz de Fora e a divisa com o Rio de Janeiro (RJ), informou que mantém o projeto Caminhos da Fauna desde 2006 e já resgatou 736 animais silvestres. "No ano passado, em toda a rodovia entre o RJ e MG, resgatamos 25 animais, sendo dois deles indo a óbito. Os animais resgatados com ferimentos são levados para duas clínicas veterinárias conveniadas à concessionária", informou.

Já a Via-040 informou que a concessionária não possui passagens de fauna porque elas seriam implantadas durante as obras de duplicação. "O que não vai ocorrer, pois a concessionária está em processo de devolução da concessão das estradas", diz a empresa.

Sistema de vigilância da concessionária Concer mostra uma irara passando pelo corredor de fauna localizado no KM 802, Matias Barbosa, Zona da Mata mineira. (Concer/Reprodução)

Sistema de vigilância da concessionária Concer mostra uma irara passando pelo corredor de fauna localizado no KM 802, Matias Barbosa, Zona da Mata mineira. (Concer/Reprodução)

Sistema de vigilância da concessionária Concer mostra uma irara passando pelo corredor de fauna localizado no KM 802, Matias Barbosa, Zona da Mata mineira. (Concer/Reprodução)

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