Projeção em 30 anos

Grande BH tem potencial para quadruplicar rede de transporte coletivo e atender 2 milhões de pessoas

Estudo do BNDES e Ministério das Cidades mostra que salto demanda investimentos; viabilidade econômica ainda precisa ser analisada

Ana Luísa Ribeiro*
aribeiro@hojeemdia.com.br
Publicado em 15/07/2025 às 18:07.Atualizado em 15/07/2025 às 18:07.
Investimentos colocariam 41% da população em um raio de até 1 km de estações de ônibus ou metrô (Seinfra/Divugação)
Investimentos colocariam 41% da população em um raio de até 1 km de estações de ônibus ou metrô (Seinfra/Divugação)

A Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) tem potencial para quase quadruplicar a rede de transporte coletivo, garantindo acesso facilitado a mais de 2,2 milhões de pessoas nos próximos 30 anos. Pelo menos é o que aponta um estudo divulgado nesta terça-feira (15) pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo Ministério das Cidades. Atualmente, 825,4 mil moradores são atendidos. 

Pela projeção apresentada, seria possível ampliar a rede do transporte público em 230 quilômetros até 2054, passando dos atuais 84 km para até 314 km de extensão. No entanto, o salto demanda investimentos na construção de novas linhas do metrô e na implantação de mais corredores exclusivos de ônibus, além da instalação de outros modais, como o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) ou monotrilho.

Segundo o BNDES e o Ministério das Cidades, os investimentos na mobilidade urbana colocariam 41% da população em um raio de até 1 km de estações do metrô, ônibus ou outros meios de transporte - hoje, apenas 15,7% reside próximo aos terminais.

Expansão de 2,5 mil km no Brasil

Nacionalmente, o estudo projeta a expansão de 2,5 mil km de rede de transporte público nas 21 maiores regiões metropolitanas do país, distribuídas nas cinco regiões. Atualmente, as regiões somam 2.007 km. São elas: Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Santos, Campinas, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Goiânia, Distrito Federal, Salvador, Maceió, Recife, João Pessoa, Natal, Teresina, São Luís, Fortaleza, Belém e Manaus.

A previsão inclui a construção de 323 km de linhas de metrô, 96 km de trens urbanos, 1.930 km de sistemas como BRT, VLT ou monotrilho e 157 km de corredores exclusivos de ônibus.

“O investimento em corredores de transporte mais eficientes é uma política pública necessária para ampliar o acesso a oportunidades e melhorar a qualidade de vida das pessoas”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Segundo ele, a ampliação também impacta na redução de acidentes, nas emissões de poluentes e no uso mais racional do espaço urbano.

Para o ministro das Cidades, Jader Filho, o foco da política pública é tornar o transporte coletivo mais eficiente, confortável e sustentável. “Reduzir o tempo de deslocamento transforma a forma como as pessoas vivem, acessam oportunidades e se relacionam com as cidades”, afirmou.

A próxima etapa do estudo do Ministério das Cidades e BNDES será a elaboração do Banco de Projetos, que trará estimativas de investimentos, receitas, benefícios e viabilidade econômica de cada proposta.

*Estagiária, sob supervisão de Renato Fonseca

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