Entenda esta tradição

Habemus Papam e extra omnes: latim marca momentos decisivos da eleição do novo pontífice

Além do anúncio do resultado do conclave, língua também está presente em outros termos utilizados pela Igreja Católica

Do HOJE EM DIA
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Publicado em 08/05/2025 às 14:22.
Cardeais reunidos durante o conclave para escolha do substituto do papa Francisco (Reprodução / @vaticannewsit)
Cardeais reunidos durante o conclave para escolha do substituto do papa Francisco (Reprodução / @vaticannewsit)

Habemus Papam! A expressão em latim que anuncia o fim da votação no conclave para definir o novo pontífice, tomou conta do noticiário nesta quinta-feira (8). Para quem fala português ou espanhol, é fácil compreender. Mas para americanos, alemães e outras nacionalidades cuja língua não tem o latim como base, a tradução é necessária.

A língua latina é oriunda da região do Lácio, em Roma, e deu origem às chamadas línguas românicas - entre elas o português. E é nela que são escritas muitas expressões utilizadas pela Igreja Católica.

No Palácio Apostólico, todo o cerimonial da entrada para o Conclave, com os cardeais eleitores se deslocando em procissão da Capela Paulina até a Sacellum Sixtinum, o canto da Ladainha de todos os Santos, seguido pelo Veni Creator Spiritus, até a fórmula do juramento sobre o Evangelho feito por cada purpurado e, em seguida, o convite aos não autorizados a deixar o local que será “fechado a chave”, é marcado por fórmulas latinas estabelecidas pelo Ordo rituum conclavis.

Há, também, o extra omnes (todos para fora), comando para que os que não eram do colégio cardinalício deixassem a Capela Sistina - que foi fechado por volta das 12h45, de Brasília no primeiro dia de conclave -, já que a eleição papal é secreta.

Até mesmo a cédula de votação usada na Capela Sistina, de acordo com a Constituição Universi dominici gregis, deve conter as palavras em latim: Eligo in Summum Pontificem (elejo sumo pontífice) escritas na metade superior, enquanto a metade inferior é deixada para o nome da pessoa eleita.

Se, ao final da contagem dos votos, os três cardeais escrutinadores verificarem que um dos eleitores obteve pelo menos dois terços, a eleição do Papa é canonicamente válida. O Cardeal Decano, ou o primeiro dos Cardeais por ordem e ancianidade, pede o consentimento do eleito novamente com uma fórmula latina Acceptasne electionem de te canonice factam in Summum Pontificem? (Aceitas a eleição como Sumo Pontífice?) e, a uma resposta afirmativa, ele acrescenta: Quo nomine vis vocari? (Como queres ser chamado?), uma pergunta à qual o eleito responde com o nome pontifício.

A fórmula completa inclui as palavras em latim: Annuntio vobis gaudium magnum: habemus Papam! Eminentissimum ac Reverendissimum Dominum, Dominum (e aqui vai o nome de batismo do eleito no acusativo), Sanctae Romanae Ecclesiae Cardinalem (aqui vai o sobrenome do eleito não traduzido para o latim), qui sibi nomen imposuit (e aqui vai o nome pontifício, seguido pelo número ordinal, se houver). 

* Com informações do Vatican News

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