Troca de prisioneiros

Hamas liberta 20 reféns israelenses após 738 dias de cativeiro em Gaza

Os sequestrados vivos foram entregues ao exército israelense; famílias choram ao assistir momento e multidões comemoram em Tel Aviv

Do HOJE EM DIA
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Publicado em 13/10/2025 às 06:42.Atualizado em 13/10/2025 às 06:49.
População comemora nas ruas a soltura dos reféns (Reprodução/TV)
População comemora nas ruas a soltura dos reféns (Reprodução/TV)

O Hamas libertou nesta segunda-feira (13) os vinte reféns israelenses vivos que ficaram por 738 dias sob posse de terroristas em Gaza. A libertação ocorre após o ataque de 7 de outubro de 2023, que deu início à guerra com Israel no enclave.

De acordo com agências internacionais de notícias, os reféns estão sendo libertados com o intermédio da Cruz Vermelha, fazendo parte de um grupo de 48 sequestrados mantidos em Gaza – 20 vivos e 28 supostamente mortos. O envio para Israel começou na manhã de hoje, mais de dois anos após o início do cativeiro. A Faixa de Gaza está seis horas à frente do horário de Brasília.

Israel aguarda a confirmação do recebimento dos reféns para efetuar a troca com os prisioneiros palestinos. Os sequestrados estão sendo libertados em três locais diferentes na Faixa de Gaza, informou um membro do Hamas para a Al Jazeera.

Os reféns estão sendo recepcionados pela Cruz Vermelha e enviados para áreas dentro de Gaza controladas por Israel. Na sequência, devem ser levados para a base de Re'im, no sul israelense, onde vão encontrar suas famílias, segundo disse o porta-voz do governo israelense, Shosh Bedrosian.

Após a confirmação da chegada dos reféns ao território controlado por Israel, cerca de dois mil prisioneiros palestinos devem ser liberados. A libertação dos reféns por completo deve acontecer até o meio-dia de hoje, relatou Bedrosian.

Israel transferiu presos

Cerca de 250 prisioneiros de Israel foram levados para uma prisão em Ofer, na Cisjordânia ocupada, e para Ketziot. Os locais, ao sul de Israel, ficam próximos da fronteira com o Egito e facilitarão a logística das trocas, segundo o serviço penitenciário israelense, em comunicado.

Os presos permanecem nessas prisões até ordem de líderes para continuar a operação de troca. Espera-se que o acordo seja concretizado e a troca com os reféns do Hamas aconteça até o final do dia.

Desarmamento do Hamas

Um ponto de impasse nessa fase inicial do acordo é o desarmamento do Hamas, que disse que o tema está "fora de discussão". O plano costurado pelos Estados Unidos prevê anistia a combatentes que entregarem seus arsenais. Contudo, para o Hamas, isso só deve acontecer após a criação de um Estado palestino soberano com Jerusalém como capital.

O líder de Israel, Benjamin Netanyahu, sempre relatou que o objetivo era acabar com o Hamas. O impasse das armas deve seguir sendo um problema a ser discutido numa possível segunda parte do acordo. Questões referentes à reconstrução de Gaza também devem influenciar nas tratativas.

Milhares de mortes em dois anos

Desde a escalada do conflito, mais de 67 mil pessoas morreram em Gaza. Boa parte das vítimas era mulheres e crianças e estima-se que mais de 170 mil ficaram feridos. Por outro lado, 1.600 israelenses perderam a vida.

A devastação em Gaza levou à destruição de 90% das moradias. Quase dois milhões de pessoas tiveram que ser deslocadas com avanço da fome e falta de ajuda humanitária após intensos bloqueios israelenses. Hospitais, escolas e outros prédios públicos também deixaram de existir.

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