Hoje é o Dia Mundial da Senha. A data serve para reforçar a importância de escolher códigos fortes e seguros para garantir proteção contra os golpistas digitais -cada vez mais atuantes. No ano passado, o Brasil contabilizou 40,85 milhões de vítimas de golpes online, aponta do DataSenado, e o uso de senhas padrão e repetidas é considerado por especialistas um fator chave para  ataques hackers e prejuízos financeiros.

Segundo levantamento do Centro de Prevenção, Tratamento e Resposta a Incidentes Cibernéticos de Governo (CTIR Gov), vinculado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), em 2024 foram registrados 3.253 vazamentos de dados, mais que o dobro dos 1.615 casos contabilizados de 2020 a 2023.

Apesar das recomendações de especialistas em tecnologia para o uso de senhas complexas e aleatórias, muita gente ainda repete o código em diversos logins ou faz combinações que acabam sendo mais fáceis de rastrear.

Como ficar mais seguro?

“Muitos incidentes com hackers acontecem porque funcionários, em geral, de empresas, acabam utilizando uma mesma senha, simples, para todo tipo de login, seja redes sociais, contas bancárias, e também em plataformas do próprio trabalho”, explica Tonimar Dal Aba, gerente técnico da ManageEngine, divisão da Zoho Corporation especializada em soluções de gestão de segurança e operações de TI.

“Com senhas fracas, ou sem autenticação de dois fatores, por exemplo, o acesso dos hackers é facilitado e a segurança, consequentemente, fica comprometida com o vazamento de dados e perdas financeiras”, reforça.

Não utilizar datas de aniversário, nomes de pets ou  de familiares como senha, dados sensíveis facilmente encontrados em redes sociais, por exemplo, é uma dica do especialista para deixar os códigos mais seguros.

"Um tipo de ataque comum nos dias de hoje é o phishing,  no qual o golpista pressiona a vítima a fornecer informações por meio de ligações, mensagens de texto, mensagens em redes sociais e e-mail”, alerta.

Redução de riscos

Uma das principais ferramentas utilizadas para aumentar as camadas de segurança no caso de senhas é a biometria. “Com a biometria, o usuário consegue utilizar a impressão digital e o reconhecimento facial para fazer login em alguma conta”, detalha Tonimar.

Já a criptografia é uma aliada para proteção de senhas, tornando-a ilegível para os hackers por meio de codificação. Combinadas, as duas tecnologias criam barreiras para a ação dos cibercriminosos, ao mesmo tempo que não oferecem grandes complexidades ao usuário. Isso possibilita aumento de resistência ao phishing e ataques que utilizam programas para combinações de caracteres e palavras.

Outra medida eficaz para os usuários é adotar um gerenciador de senha - há opções gratuitas para download - para gerar, armazena e preencher automaticamente senhas fortes, únicas e aleatórias, reduzindo o risco de reutilização de senhas.

Empresas podem adotar políticas de segurança, como a rotação periódica de senhas, aplicação de autenticação multifator (MFA), uso de soluções de gerenciamento de acesso privilegiado (PAM), que monitoram o uso de credenciais sensíveis.    

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