Ouça o Tio Ben

Indústria adota medidas simples e práticas para reduzir impactos ambientais

Marcelo Jabulas
@mjabulas
30/06/2022 às 08:10.
Atualizado em 30/06/2022 às 09:04
Se o Homem-Aranha salva o gato do alto da árvore, a Samsung oferece um lar para o bichano a partir da caixa de TV, que também pode virar mesinha ou estante (Samsung/Divulgação)

Se o Homem-Aranha salva o gato do alto da árvore, a Samsung oferece um lar para o bichano a partir da caixa de TV, que também pode virar mesinha ou estante (Samsung/Divulgação)

Já dizia o saudoso Tio Ben: “com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades”. A máxima do personagem de “Homem-Aranha” se aplica além dos quadrinhos e do cinema. Ela também vale para a indústria. Diversos setores buscam neutralizar suas operações. 

Se Peter Parker considera ser tão importante tirar um gato do alto de uma árvore, como combater supervilões, grandes marcas também começaram a perceber que é preciso ir além da atividade-fim. No mercado automotivo, fabricantes já estipulam prazos para zerar emissões de CO2 dos carros, com a eletrificação dos veículos e até mesmo no processo fabril. 

Já no setor de eletroe letrônicos, fabricantes buscam reduzir impactos com soluções como menor consumo de energia de seus aparelhos e até mesmo reaproveitamento de embalagens. É o que explica o gerente sênior da divisão de linha branca da Samsung Brasil, Ricardo Tavares. 

“A Samsung também está expandindo o uso de embalagens ecológicas para abranger uma linha maior de produtos, incluindo eletrodomésticos como aspiradores de pó, micro-ondas, purificadores de ar, entre outros. Isso permitirá que os consumidores reaproveitem as caixas em que seus produtos vieram”, observa.

Esse reaproveitamento se traduz em converter a embalagem em pequenas peças de mobília. As caixas de televisores, por exemplo, podem ser convertidas em casinhas para pets ou pequenas estantes. Há até um manual de como construir os móveis de papelão.

Tavares também aponta que a marca substituiu os controles remotos dos televisores por modelos que não usam pilhas, mas contam com célula fotovoltaica para energizar o dispositivo. “O controle remoto SolarCell, lançado no início de 2021, foi idealizado e desenvolvido para reduzir o desperdício de pilhas e ajudar a fechar o ciclo de resíduos plásticos. A segunda geração do controle pode extrair eletricidade de frequências de rádio em dispositivos como roteadores Wi-Fi, e foi incluído em mais produtos, como as TVs da linha 2022, com o objetivo de eliminar o descarte de mais de 200 milhões de pilhas AA em aterros sanitários”, explica.

Ainda de acordo com o executivo, até 2025, as TVs reduzirão o consumo de energia no modo stand by, quando estão na tomada sem uso, a quase zero. Parece bobagem, mas o fato de o aparelho estar na tomada gera consumo. 

Tavares também pontua que a linha de geladeiras, ar-condicionado e máquinas de lavar roupas já conta com recursos inteligentes para reduzir o consumo de eletricidade e, no caso da lavadora, o volume de água em cada ciclo de lavagem. 

Rolhas e garrafas

Se os sul-coreanos estão de olho nos impactos das pilhas e caixas de papelão, os suecos da Volvo estão de olho nas garrafas PET e rolhas de vinho. A marca desenvolveu uma tecnologia que converte esses resíduos em uma fibra para produção da tapeçaria dos carros. 

Assim, numa tacada só, a Volvo transforma lixo e também reduz o consumo de couro. O fornecimento responsável é uma parte importante desse trabalho, incluindo o respeito ao bem-estar animal. Ir sem couro dentro de nossos carros elétricos é um bom próximo passo para abordar essa questão”, aponta o diretor de sustentabilidade global da Volvo Cars, Stuart Templar.

Foi seguindo os ensinamentos do Tio Ben que o “amigo da vizinhança” virou herói e a indústria quer deixar de ser a vilã do meio ambiente.

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