Neste domingo (12), católicos de todo o mundo celebram os 10 anos de papado de Francisco. O argentino Jorge Mario Bergoglio, de 86 anos, é o primeiro papa jesuíta, o primeiro líder da Igreja nativo da América Latina, o primeiro a escolher o nome de Francisco e, após 600 anos, o primeiro a ser eleito após a renúncia do antecessor. "O tempo é maior que o espaço. O espaço cristaliza os processos, o tempo, pelo contrário, projeta-se para o futuro e impele a caminhar com esperança", disse o Sumo Pontífice em sua primeira exortação apostólica, "Evangelii gaudium", publicada em novembro de 2013.

O papa também inovou ao trazer um pensamento mais progressiva à Igreja Católica, com o maior envolvimento de leigos e leigas na Cúria Romana e reformas implementadas ao longo da década, especialmente nas esferas econômica e financeira, incluindo a criação da Secretária para a Economia em 2015.

Em fevereiro de 2016, em Cuba, Francisco se encontrou com o Patriarca de Moscou e de toda a Rússia, Kirill, e com ele assinou uma declaração conjunta para colocar em prática "o ecumenismo da caridade", ou seja, o compromisso comum dos cristãos para construir uma humanidade fraterna. A fraternidade foi abalada em 2022, quando teve início a guerra na Ucrânia. Nessa época, o papa e o líder dos cristãos russos ortodoxos tiveram uma conversa on-line, na qual reafirmaram o esforço comum de "deter o fogo", focando no "processo de negociação".

Segundo a agência de notícias Vatican news, do Varticano, Francisco também se mostrou favorável à luta contra os abusos sexuais, solicitando uma cúpula sobre a proteção de menores, realizada na sede da Igreja, em fevereiro de 2019. Essa seria uma resposta da vontade do papa de agir "com verdade e transparência". O encontro teve como resultadoo "Motu proprio Vos estis lux mundi", que estabelece novos procedimentos para denunciar assédio e violência e garantir que bispos e superiores religiosos prestem contas de suas ações.

Francisco já fez 40 viagens apostólicas internacionais, bem como 36 visitas na Itália. Destaque para a ida, em abril de 2016, ao campo de refugiados de Lesbos, na Grécia, quando o papa acolheu 12 refugiados sírios para que recebessem ajuda em Roma. Como "diplomata da paz", o líder católico recebeu, em 8 de junho de 2014, nos Jardins Vaticanos, os presidentes de Israel, Shimon Peres, e da Palestina, Mahmoud Abbas, para propor a paz.

Outro destaque do papado de Francisco é a canonização dos papas João XXIII, João Paulo II, Paulo VI e João Paulo I, beatificado em 4 de setembro de 2022, que o argentino fez questão de lembrar como sendo o pontífice do sorriso, símbolo de “uma Igreja com rosto feliz”. No falecimento do papa emérito Bento XVI, em 31 de dezembro de 2022, Francisco demonstrou respeito por Joseph Ratzinger, elogiando a sutileza teológica, gentileza e dedicação dele. Em 5 de janeiro deste ano, presidiu o funeral do alemão na praça de São Pedro, no Vaticano. Foi a primeira vez que um papa da era contemporânea celebrou o funeral de um predecessor.

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