Minas lidera o ranking de área de Mata Atlântica protegida por prefeituras no país, concentrando mais de um terço dos 5,2 milhões de hectares preservados nessas condições. São 1.891.524 ha mantidos como Unidades de Conservação municipais – cada um equivale a um campo de futebol. Em segundo lugar está o Mato Grosso do Sul (1.451.767), seguido de longe pelo Rio de Janeiro (702.938).
As informações fazem parte de um levantamento da Fundação SOS Mata Atlântica, concluído este mês. A ideia era mapear os pontos verdes “resguardados” pelos municípios, mas o diagnóstico revelou surpresas. Há pelo menos 1.530 UCs distribuídas em 710 cidades brasileiras, quatro vezes mais do que consta no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC) para o bioma. Juntas, ocupam uma área aproximadamente três vezes maior que a “oficial”.
“A discrepância entre os números ressalta que os dados das UCs municipais da Mata Atlântica ainda permanecem ocultos no cenário nacional, mesmo nos sites das prefeituras”, diz Diego Igawa Martinez, biólogo e coordenador de projetos da Fundação SOS Mata Atlântica.
Ele ressalta que a responsabilidade sobre o cadastramento das informações no CNUC é do órgão gestor, ou seja, dos próprios municípios, mas destaca que as prefeituras precisam de apoio para que as UCs municipais sejam incluídas no registro.
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Prejuízo
Segundo Martinez, essa falta de informações pode prejudicar a administração municipal, dificultando processos como licenciamento ambiental e acesso a medidas compensatórias ou financiamento para a gestão ambiental local.
O relatório consolidou dados de três fases de levantamentos realizados pela SOS Mata Atlântica entre 2017 e 2022. Devido à falta de informações, não é possível afirmar com exatidão o total de áreas protegidas na esfera municipal, que pode ser ainda maior que o contabilizado.
Em Minas, são 305 UCs, de acordo com a pesquisa. Em Belo Horizonte, estão quatro: os parques naturais das Mangabeiras (Centro-Sul), o da Matinha (bairro União), o Roberto Burle Marx (Parque das Águas, no Barreiro) e o Ursulina de Andrade Melo (bairro Castelo, na Pampulha). Todos contam com proteção integral.
Com informações da Agência Brasil e Fundação SOS Mata Atlântica
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