Guerra

Na fronteira entre terror e normalidade, brasileiros relatam cenários na Ucrânia e Rússia

Da Redação*
portal@hojeemdia.com.br
26/02/2022 às 19:03.
Atualizado em 26/02/2022 às 19:13
 (Foto: Ukrainian State Emergency Service/Divulgacao - Guerra na Ucrania)

(Foto: Ukrainian State Emergency Service/Divulgacao - Guerra na Ucrania)

Brasileiros dos dois lados da fronteira do conflito entre Rússia e Ucrânia relatam a diferença no clima entre os dois países envolvidos na guerra desde quinta-feira (24). No lado ucraniano, a tensão é crescente, mas, em território russo, há sensação de normalidade.

Marianna Petrovna tem nacionalidade ucraniana e morava no país há dois anos. Ela foi para a Polônia antes do início da guerra por recomendação da empresa em que trabalha. Os pais dela são ucranianos, mas moram no Brasil. Já o irmão, a cunhada e o sobrinho estão em Kiev.

“Vejo vídeos de tiroteios, bombardeios e ataques o tempo todo. Muitas cidades e bairros estão sendo fortemente atacados”, conta Marianna, que acrescenta que os familiares na Ucrânia estão se abrigando na parte de baixo das casas por medo de ataques aéreos.

Em São Petersburgo, na Rússia, está o estudante brasileiro Túlio Bunder. “Comecei meu mestrado em política comparada da Eurásia, no meio do ano em 2020, então meus estudos estavam sendo online, do Brasil. Quando abriu a fronteira para estudantes, eu vim para cá, no começo de janeiro. Estou aqui faz um mês e quinze dias”, disse.

Túlio relata que não tem contatos com brasileiros no país, apenas com outros estudantes estrangeiros da América Latina, que são venezuelanos. “Neste momento, não há nenhum clima de tensão, no sentido de pânico, dentro da comunidade dos estudantes. Óbvio que há certa preocupação com o que pode vir a acontecer, a gente não sabe ainda”, apontou.

Na percepção do estudante, os russos têm “reagido de uma forma surpreendente calma”. “Estive no mercado [na quinta-feira], em um grande supermercado, estive no centro da cidade. A impressão que eu tive é basicamente de um dia normal, claro com algumas pequenas alterações, mas muito irrisório, muito pequeno mesmo, comparado com a dinâmica da cidade.”

Túlio citou, entre as movimentações que poderiam fugir da normalidade, uma maior presença de policiais. “Isso foi o que eu pude ver, não vi nenhuma grande mobilização popular, o que eu vi foram viaturas indo de um lado para o outro. O que também pode ser interpretado como questão de protestos locais, mas também com preocupação de ataques e sabotagens internas, existe também essa preocupação”.

Ele destaca ainda que, entre as apreensões que tem ouvido de colegas, uma delas é a questão econômica. “Por causa das possíveis novas sanções e dos impactos macroeconômicos que podem surgir no médio e longo prazo”, conclui.

* Com informações da Agência Brasil

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