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"Nariz eletrônico": cientistas desenvolvem detector de metanol em bebidas em até 60 segundos

Margem de segurança nos testes de laboratório foi de 98%

Agência Brasil
Publicado em 20/10/2025 às 13:52.
Tecnologia desenvolvida pelo Centro de Informática da UFPE identifica metanol e outras adulterações com 98% de precisão (Reprodução / Instagram Universidade Federal de Pernambuco)
Tecnologia desenvolvida pelo Centro de Informática da UFPE identifica metanol e outras adulterações com 98% de precisão (Reprodução / Instagram Universidade Federal de Pernambuco)

Pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) desenvolveram um dispositivo que utiliza inteligência artificial para identificar a presença de metanol e outros produtos utilizados para adulterar bebidas alcoólicas.

É uma espécie de "nariz eletrônico". Basta uma única gota da bebida para que o equipamento, com mais de dez sensores, transforme, em até um minuto, a informação do aroma em dados. É possível buscar por cheiros específicos, como "assinaturas" da bebida original.

Essa tecnologia, segundo os pesquisadores, têm uma margem de segurança de 98% em testes no laboratório.

Para isso, o sistema precisa de amostras de bebidas autênticas para aprender a reconhecê-las. Ele é capaz de detectar não apenas novas substâncias, como o metanol, mas também adulterações, como diluição da bebida em água.

O projeto é desenvolvido no Centro de Informática da UFPE, pioneiro em inteligência artificial no país. A tecnologia está em fase de testes em empresas e em demonstração.

Outros usos

Segundo os inventores, o dispositivo pode ser aplicado no controle de qualidade de alimentos, como café, pescado, carnes e óleos.

O sistema também pode ser usado no monitoramento da qualidade do ar e até no diagnóstico de doenças, pela detecção de fungos, bactérias e outros micro-organismos.

O grupo também estuda formas de viabilizar o uso da tecnologia em estabelecimentos, com a instalação, por exemplo, de totens ou versões portáteis, para os fornecedores, empresários e clientes verificarem a autenticidade dos produtos.

Antes de ser comercializada, porém, a tecnologia precisa passar por testes em ambientes reais. Os responsáveis estimam um investimento de R$ 10 milhões para tornar o dispositivo acessível ao mercado.

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