telemarketing abusivo

Novo portal 'Qual Empresa me Ligou' permite que usuários identifiquem origem das chamadas

Da Redação*
01/02/2023 às 20:44.
Atualizado em 01/02/2023 às 20:50
Anatel vai se reunir com empresas de telemarketing em fevereiro para discutir solução definitiva para acabar com marketing abusivo (Agência Brasil / Tânia Rêgo / Divulgação)

Anatel vai se reunir com empresas de telemarketing em fevereiro para discutir solução definitiva para acabar com marketing abusivo (Agência Brasil / Tânia Rêgo / Divulgação)

Nesta quarta-feira (1°), a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) lançou o portal Qual Empresa me Ligou para consulta, por meio do número originador da chamada recebida, o nome da empresa que está ligando para telefones fixos ou móveis.

O superintendente de Outorga e Recursos à Prestação da Anatel, Vinícius Caram, disse que a utilização da ferramenta se dará de forma simples, sem a necessidade de login ou senha.

“Ela vai dar informação de qual pessoa jurídica fez a ligação. O consumidor, ao receber um número ele coloca na página e vai identificar qual empresa está ligando”, disse.

Segundo a agência, nessa primeira etapa, estão sendo disponibilizadas as informações das seguintes prestadoras de serviços de telecomunicações: Algar, Claro, Oi, Sercomtel, Tim e Vivo. No decorrer dos próximos meses, serão agregadas as informações das demais prestadoras.

A questão envolvendo o telemarketing abusivo chegou até o Supremo Tribunal Federal (STF), que julgará entre os dias 10 e 17 de fevereiro o agravo regimental apresentado contra decisão do ministro Edson Fachin.

Ele rejeitou a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7166, proposta por entidades do setor contra uma norma da Anatel que obriga o uso do código 0303 nas ligações de telemarketing.

Solução para o telemarketin abusivo

A Anatel quer uma solução definitiva para as chamadas de telemarketing abusivo até o fim do ano. A informação foi divulgada também nesta quarta, durante apresentação do balanço das ações para resolver o problema.

Desde junho do ano passado, a agência vem adotando medidas cautelares para diminuir o número desse tipo de ligações. Entre elas estão, o bloqueio de usuários e a autorização às prestadoras para que efetuem a cobrança de chamadas curtas de até 3 segundos, que não era permitida.

“A agência não está só olhando para o Brasil. No mundo inteiro, muitos países estão passando por problemas semelhantes. Estamos estudando as melhores práticas para construir uma solução definitiva para o Brasil”, disse o conselheiro da agência, Arthur Coimbra.

Uma das ações seria a implementação da autenticação de chamadas, que serviria como uma espécie de selo de garantia da origem da chamada. Por meio dela, a pessoa poderia saber qual empresa está ligando e até o motivo da ligação. Além de dar ao usuário a opção de identificar a origem da ligação, a medida também poderia ajudar a evitar golpes aplicados por telefone.

Em fevereiro, a Anatel deve fazer diversas reuniões com associações de empresas de telemarketing e cobrança para colher sugestões e críticas da implantação de medidas de identificação e autenticação de chamadas. Segundo a Anatel, o objetivo é identificar “formas de se buscar o equilíbrio entre a atividade legal que desempenham e o uso racional dos serviços de telecomunicações.”

Chamadas
Na semana de edição da primeira cautelar promovida pela Anatel, no período de 5 a 11 de junho de 2022, cerca de 4 bilhões de chamadas curtas eram feitas por semana. Na semana de 15 a 21 de janeiro de 2023, o número foi de 2,47 bilhões de chamadas.

De acordo com a superintendente de Relações com Consumidores da agência, Cristiana Camarate, mesmo com as medidas, as redes de telecomunicações ainda têm um número bastante elevado de ligações.

“O que temos de junho até agora é uma redução de 40% do total de chamadas realizadas por semana. Isso representa cerca de 41 bilhões de chamadas curtas de até 3 segundos que deixaram de ser realizadas”, disse. "É como se cada brasileiro deixasse de receber 200 chamadas no período", disse.

*Com informações da Agência Brasil

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