A pandemia de Covid-19 pode ter matado 18,2 milhões de pessoas em todo o mundo de 2020 a 2021, mais de três vezes o número oficial de mortos, que é de 5,9 milhões, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O valor substancialmente mais alto é uma estimativa de vítimas globais até o final de 2021, de acordo com estudo feito por um consórcio de pesquisadores de saúde e publicado nessa quinta-feira (10) na revista científica The Lancet.
Os pesquisadores basearam o cálculo no número de “mortes a mais” que acreditam terem sido causadas direta ou indiretamente pela pandemia.
“Nossas estimativas de mortalidade a mais por Covid-19 sugerem que o impacto na pandemia de coronavírus foi mais devastador do que a situação documentada pelas estatísticas oficiais”, afirmam os cientistas, citados pelo jornal britânico The Guardian.
Eles explicam que os dados oficiais sobre óbitos relacionados à Covid fornecem “apenas uma imagem parcial da verdadeira carga de mortalidade”. Embora o número oficial de mortes tenha sido de 5,9 milhões entre 1º de janeiro de 2020 e 31 de dezembro de 2021, o estudo recém-divulgado estima que 18,2 milhões de pessoas podem ter perdido a vida no mesmo período, sugerindo que o impacto é bem maior no mundo.
Se a estimativa estiver correta, a taxa global de mortalidade a mais da Covid-19 para todas as idades foi de mais de 300 a cada 100 mil pessoas em 21 países.
De acordo com o estudo, o sul da Ásia (com 5,3 milhões), o norte da África e o Oriente Médio (1,7 milhão) e o leste europeu (1,4 milhão) tiveram o maior número de mortes a mais de 2020 a 2021.
Em termos de números absolutos, a Índia teve mais óbitos não associados à Covid-19 do que qualquer outro lugar do mundo, com 4,07 milhões. Em seguida estão (1,13 milhão), Rússia (1,07 milhão), México (798 mil), Brasil (792 mil), Indonésia (736 mil) e Paquistão (664 mil).
As diferenças entre os números oficiais de mortes e as estimativas dos pesquisadores podem ser causadas pela falta de testes, pela dificuldade em relatar as mortes ou pela falta de acesso à saúde, dizem os autores, citados pelo The Guardian.
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