
Um caso suspeito de poliomelite está sendo investigado no Pará. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), trata-se de uma criança de 3 anos, moradora de Santo Antônio do Tauá, na região nordeste do estado. No Brasil, o último registro da doença foi em 1989.
Em casos graves da doença, o vírus pode atacar o sistema nervoso e causar paralisia infantil permanente, insuficiência respiratória e até o óbito. O Ministério da Saúde foi notificado e também acompanha o caso.
Vacina
A campanha de vacinação contra a poliomielite terminou em todo o país na última sexta-feira (30), com pouco mais da metade do público-alvo imunizado.
Em Minas, a campanha foi prorrogada até 21 de outubro, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). Até o momento, o Estado alcançou uma cobertura de 74,23% contra a poliomielite. Devem ser imunizadas contra a pólio, as crianças na faixa etária de 1 a 4 anos, 11 meses e 29 dias.
Transmissão e sintomas
A poliomielite é um doença transmitida pelo poliovírus selvagem, geralmente, através da boca, a partir do contato direto com fezes contaminadas ou por água e alimentos contaminados por essas fezes. Locais com falta de saneamento, más condições habitacionais e de higiene pessoal precária são mais suscetíveis a doença. A pólio também pode ser disseminada pela forma oral-oral, através de gotículas expelidas ao falar, tossir ou espirrar.
O poliovírus se multiplica, inicialmente, nos locais por onde ele entra no organismo (boca, garganta e intestinos). Em seguida, vai para a corrente sanguínea e pode chegar até o sistema nervoso.
Na maior parte dos casos, os infectados apresentam poucos sintomas ou nenhum, com um quadro semelhante à gripe, com febre e dor de garganta, ou às infecções gastrintestinais, como náusea, vômito, constipação e dor abdominal.
Mas parte dos infectados, especialmente crianças com menos de cinco anos, podem sofrer com formas graves da poliomielite, inclusive levar a morte.
Em geral, a paralisia se manifesta nos membros inferiores de forma assimétrica, ou seja, ocorre apenas em uma das pernas. As principais características da sequela são a perda da força muscular e dos reflexos, sem perda de sensibilidade.
De acordo com a Fiocruz, a erradicação da paralisia infantil em território nacional demandou enorme esforço institucional desde o início da década de 1980 e foi uma grande conquista da saúde pública no início da década de 1990.