Dezenas de pessoas não resistiram ao batuque e engrossaram o desfile do bloco da Praia da Estação pelas ruas do bairro Floresta, na zona Leste de BH. Por onde passa, o som da banda de metais e percussão vai arrebanhando foliões que, neste ano, mais uma vez, não tiveram carnaval por causa da Covid-19.
Foliões saem às ruas do bairro Floresta no desfile do Bloco da Praia (Ana Paula Lima / Hoje em Dia)
Nas ruas, muito brilho, cor e animação para enfrentar o calorão que não deu trégua neste sábado e levou os termômetros aos 30 graus.
E se a festa é na "praia", nada mais natural que estar vestido a caráter."Ė praia, né?", diverte -se Gabriela de Moura, de 27 anos. Integrante da bateria, ela comemora o primeiro desfile oficial do bloco durante a pandemia - e sem a obrigatoriedade de máscara, pois o evento é ao ar livre. "Muito bom estar de volta", disse.
Desfile do Bloco da Praia arrasta foliões pelo bairro Floresta, neste feriadão de Tiradentes (Ana Paula Lima / Hoje em Dia)
A dispersão está prevista para acontecer na Praça da Estação, na tarde deste sábado (23), onde os foliões pretendem ficar reunidos para pular Carnaval em pleno feriadão de Tiradentes.
Na memória
O primeiro carnaval de Belo Horizonte aconteceu há 114 anos, em fevereiro de 1897, quando homens vestidos de mulher desfilaram atrás de carroças da Praça da Liberdade até a Avenida Afonso Pena, dando origem ao extinto Corso, em que foliões fantasiados seguiam automóveis enquanto seus ocupantes jogavam confetes e serpentinas.
A festa popular em BH evoluiu ao longo dos últimos dez anos e chegou a ser considerada uma das melhores do país. Em 2017, as ruas da capital receberam cerca de 3 milhões de foliões; em 2018, 3,8 milhões; no ano seguinte, o número saltou para 4,3 milhões e, em 2020, 4,45 milhões de pessoas foram para as ruas celebrar a folia de Momo. Com a pandemia, os desfiles foram suspensos no ano passado e neste ano.
Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informa que não houve qualquer solicitação para licenciamento de blocos. E afirma que "a manifestação espontânea é um direito constitucional." No entanto, continua o documento, "a Guarda Municipal e os fiscais de Controle Urbanístico e Ambiental podem atuar para evitar a interdição de ruas e outras formas de entrave na fluidez do trânsito." - escreveu a PBH.
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