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Grupo Especial

Primeiro dia de desfiles das escolas do Rio tem homenagem a Arlindo Cruz e Zeca Pagodinho

Agência Brasil
Publicado em 19/02/2023 às 07:59.

Os desfiles do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro vão começar, neste domingo (19), com tributos a duas figuras emblemáticas e queridas do samba carioca: Arlindo Cruz e Zeca Pagodinho.

O Império Serrano será a primeira escola a desfilar, e trará a homenagem ao compositor e cantor de sambas icônicos Arlindo Cruz. Entre suas obras mais famosas está a canção "Meu Lugar", em que o sambista exalta o bairro de Madureira, terra natal da verde e branco, que ainda é citada na letra da música.

O carnavalesco Alex de Souza é o responsável pelo desenvolvimento da homenagem, que marca a volta do Império Serrano ao Grupo Especial, depois de ter sido campeão da Série Ouro.

“O desfile conta a trajetória musical de como ele se transformou nesse grande compositor e intérprete”, explica Souza. “Mostramos, a partir da música 'Meu Lugar', tudo que é relacionado à história dele. Os lugares de Arlindo”.

Escola de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, a Grande Rio vai trazer Zeca Pagodinho para a avenida. O sambista é famoso por promover churrascos em Xerém, bairro de Caxias, e seu repertório também fará parte do desfile, com versos em referência a hinos como 'Deixa a vida me levar' e 'Quando a gira girou'.

A cerveja, marca dos shows de Zeca Pagodinho, também não vai ficar de fora do desfile, assim como sua devoção por São Jorge e Ogum, entidades celebradas nas religiões de matriz africana e na Igreja Católica. A trajetória do cantor vai ser contada desde seu passado, quando foi feirante e apontador do jogo do bicho.

Veja a letra do samba-enredo da Grande Rio em homenagem ao cantor carioca:

Ō Zeca tu tá morando ondé?
Sai com meu povo a te procurar
Botei minha cerva na encruzilhada
Pra Moça da saia rodada e pro Ôme da capa
Cadê você?
É alvorada do seu padroeiro
Pra agradecer
Ao mensageiro de São Jorge o Guerreiro
Tem patuá, pra proteger
E tem mandinga no velho engenho
Quem tem um santo poderoso que é Ogum?
Eu tenho
Nas bandas do Irajá, gelada no botequim
Assim vou vadiar até no gurufim
Se tem patota, Ibeji e ajeum
Salve Cosme e Damião, Doum!
Ê
Que bela quitanda, quitandinha de Erê
Seu balançê
Tem quitandinha de Erê
Passei procurando na feira
Lá em Del Castilho e na Tamarineira
E na gafieira, boêmios, Malandros
Pelos sete lados eu vou te cercando
Jessé! Jessé!
Botei teu nome numa faixa amarela
Em reverência a velha guarda da Portela
De mil maneiras ser humano sem igual
Zeca!
Levante o Copo para o povo brasileiro
Te encontrei nesse Terreiro
Xerém é o seu quintal
Deixa a Vida me levar
Onde o samba tem valor
Meu candiá
Encandiou
Sou Grande Rio carregado axé
Minha gira girou na fé

Bahia na Sapucaí
A noite deste domingo também terá como grande homenageada a Bahia, presente nos enredos da Unidos da Tijuca e da Mangueira. A Tijuca fará Carnaval sobre as águas da Baía de Todos Santos, que banha Salvador, enquanto a Verde e Rosa vem para a Sapucaí com o enredo 'As Áfricas que a Bahia canta', tratando da ancestralidade negra na terra em que nasceu o samba, que, segundo a Mangueira, “foi morar onde o Rio é mais baiano”.

A Unidos da Tijuca será a terceira escola a entrar na avenida e contará toda a história que se passou na Baía de Todos os Santos, terra dos indígenas tupinambás, da primeira capital do Brasil Colônia, lugar de muita resistência e de uma rica contribuição para a cultura nacional. O samba da escola promete “um banho de axé, para purificar, um banho de axé, nas águas de Oxalá”.

Já a Mangueira pretende focar na construção da musicalidade e das instituições carnavalescas negras, processos que tiveram protagonismo de mulheres negras nas lutas contra intolerância, racismo e pelo fortalecimento da identidade afrobrasileira. A história do Carnaval e a trajetória de luta por dignidade e direitos antes e depois da abolição se misturam no desfile e chegam aos blocos afro da atualidade.

O Salgueiro também atravessa a Marquês de Sapucaí no primeiro dia de desfiles do Grupo Especial e traz sua cor em destaque no enredo 'Delírios de um Paraíso Vermelho', que fala sobre liberdade e imagina os tambores de sua bateria substituindo as trombetas do apocalipse na chegada de um paraíso sem culpa e moralismos. O desenvolvimento do tema fica a cargo do carnavalesco Edson Pereira, que preparou um desfile com referências religiosas, como a maçã de Adão e Eva, vermelha, e imagina um novo Éden, em êxtase, como uma interminável noite de Carnaval.

Confira o horário em que cada desfile começa:

  • Império Serrano: 22h
  • Grande Rio: 23h
  • Mocidade: 0h
  • Unidos da Tijuca: 1h
  • Salgueiro: 2h
  • Mangueira: 3h

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