Rede Social

Quem é Elon Musk e o que pode mudar no Twitter após a venda para o bilionário sul-africano?

João Paulo Martins
joao.oliveira@hojeemdia.com.br
25/04/2022 às 18:40.
Atualizado em 25/04/2022 às 18:46
Após adquirir o Twitter, Elon Musk pode deixar a rede social muito mais "liberal" (YouTube/ Saturday Night Live / Reprodução)

Após adquirir o Twitter, Elon Musk pode deixar a rede social muito mais "liberal" (YouTube/ Saturday Night Live / Reprodução)

Nascido em 28 de junho de 1971 em Pretória, na África do Sul, Elon Musk, atualmente, é conhecido por ter criado as empresas Tesla, de veículos elétricos, e SpaceX, de foguetes e viagens espaciais. Nesta segunda-feira (25), o nome do sul-africano ganhou as manchetes de todo o mundo após concretizar a aquisição da rede social Twitter. Mas o que essa compra representa para os usuários?

Antes de entender o que o Twitter pode se tornar nas mãos de Musk, saiba que ele está ligado à internet há anos. Em 1995, ele fundou a Zip2, uma empresa que fornecia mapas e diretórios de negócios para jornais online, que foi vendida em 1999 para a fabricante de computadores Compaq. Em seguida, o visionário sul-africano fundou a empresa de serviços financeiros online X.com, que mais tarde se tornou a plataforma de pagamentos digitais PayPal.

Na rede social que acaba de adquirir, Elon Musk sempre foi um usuário ativo e com inúmeros comentários polêmicos. Logo em sua primeira publicação, em 4 de junho de 2010, ele já mostrou a que veio: “Por favor, ignorem tuites anteriores, pois foi alguém pretendendo ser eu. Este realmente sou eu”.

Em agosto de 2018, ao tuitar que poderia privatizar a Tesla por US$ 420 por ação, chamou a atenção dos reguladores da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, que acusaram o empresário de enganar os investidores. Ele precisou deixar a presidência da montadora e pagar uma multa de US$ 20 milhões (R$ 97,4 milhões).

Em julho do mesmo ano, o sul-africano afirmou que o mergulhador britânico Vernon Unsworth, que auxiliou no resgate de crianças presas em uma caverna da Tailândia, era pedófilo. Como resultado, foi processado.

No ano passado, Elon Musk agitou os teóricos da conspiração ao compartilhar sua opinião sobre a possibilidade de existência de vida extraterrestre. “Não estou dizendo que existem óvnis… Mas óvnis existem”, publicou o criador da SpaceX, que, curiosamente, pretende enviar uma missão tripulada a Marte até 2026.

O que muda no Twitter?
Além dos comentários controversos, o bilionário empreendedor sempre se mostrou um apoiador do ex-presidente americano Donald Trump e crítico do "politicamente correto” na internet. Tanto é que uma mudança possível no Twitter após a venda para Musk é a limitação na moderação do conteúdo.

Ao longo do tempo, usuários da rede social exigiram maior controle do que vinha sendo publicado para evitar assédios e desinformação. Mas Elon Musk acredita que as plataformas deveriam interferir menos no conteúdo. “É muito importante que haja uma arena inclusiva para a liberdade de expressão”, disse o sul-africano durante uma entrevista na conferência Ted em 14 de abril, citado pelo jornal americano Boston Globe.

Porém, para a pesquisadora americana Joan Donovan, da Universidade de Harvard (EUA), e especializada em desinformação e manipulação da mídia, a rede social pode ampliar o assédio e as guerras culturais.

“O desejo de Musk de torná-la privada provavelmente significa muitos cortes para aqueles que trabalham com moderação de conteúdo e políticas corporativas. Musk vê a moderação de conteúdo como uma ferramenta de censura, não de atendimento ao cliente”, afirma a especialista, citada pelo Boston Globe.

Donovan acredita que o Twitter não será o mesmo. No final das contas, a plataforma é um produto, explica a pesquisadora de Harvard, e colocar o bilionário no comando deve alterar seu valor.

“A criação de conteúdo divisivo, o medo de ser moderado e o desejo de continuar arrecadando fundos estão muito interligados, principalmente para o pior dos piores infratores. Mudar o equilíbrio dessas três variáveis ​​também mudará a reputação (e valor) do produto. A esperança é surgir um aplicativo que substitua totalmente o Twitter”, diz Joan Donovan, citada pelo jornal americano.

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