Governo pode injetar até R$ 4 bi no microcrédito

Raul Mariano
rmariano@hojeemdia.com.br
19/07/2016 às 21:45.
Atualizado em 16/11/2021 às 04:22
 (Editoria de Arte)

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A expansão da oferta de microcrédito – que poderá chegar a R$ 4 bilhões – estará entre as primeiras ações do governo interino de Temer para tentar reaquecer a economia. De acordo com dados do Banco Central, de janeiro a maio o montante emprestado saltou de R$ 757 milhões para R$ 896 milhões, um crescimento de 18% no período.

Para especialistas do segmento financeiro, a medida pode contribuir para uma mudança de expectativas do mercado caso saia do papel. O diretor executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, afirma que a mudança pode restabelecer o acesso dos microempreendedores às instituições financeiras.

“Quem perde o emprego e tenta abrir o próprio negócio se depara com a falta de crédito, uma vez que os bancos têm sido bastante seletivos devido ao risco da inadimplência. Esse tipo de injeção de crédito garante condições de empréstimos com taxas de juros mais baixas, portanto é muito positiva”, comenta.

Emprego
De acordo com os dados mais recentes divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em maio 72.615 vagas de empregos formais foram fechadas em todo o país, mantendo a tendência de mais demissões que contratações no mercado de trabalho.

Ainda segundo o levantamento, no acumulado de janeiro a maio, 448 mil postos de trabalho foram fechados. Nos últimos 12 meses, o país perdeu 1,7 milhão empregos com carteira assinada. Hoje, o Brasil tem 39,2 milhões de trabalhadores formais.

Em Minas, o saldo entre admissões e desligamentos no mês de maio foi positivo, devido às contratações do setor agropecuário. No entanto, os segmentos da indústria da transformação, construção civil, comércio e serviços tiveram juntos um saldo negativo de 12 mil postos de trabalho fechados.

“É por isso que esse tipo de crédito é importante para catalisar um processo de volta da economia. As microempresas formam um setor que emprega bastante gente e muitas pessoas começaram a empreender justamente durante a crise. É óbvio que, sozinhas, as microempresas não vão virar o quadro econômico, mas com esse fôlego elas podem contribuir bastante”, avalia o mestre em finanças do Ibmec, Ricardo Couto.

O gerente da Unidade de Acesso a Serviços Financeiros do Sebrae Minas, Jefferson Ney Amaral, explica que com mais oferta de crédito em condições de juros menores, os pequenos empreendedores poderão voltar a desenvolver projetos de médio e longo prazos. “Toda vez que há injeção de crédito, tende a haver um conforto maior. A pequena empresa é a mais carente em fontes de financiamento. A grande empresa recorre até ao mercado internacional. Então isso faz toda diferença”.

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