Governo Federal e Prefeitura de São Paulo não se endentem sobre quem era o "proprietário" do edifício de 26 andares que desabou no centro da capital paulista, por volta das 3 horas desta terça-feira (1º).
As primeiras informações davam conta que o prédio Wilton Paes de Almeida, que era ocupado por 120 famílias, sendo 25% delas estrangeiras, de acordo com cadastro feito pela Prefeitura em março, era de propriedade federal, tendo sido sede da Polícia Federal até 2003.
Enquanto a União afirma que o edifício estava cedido à Prefeitura, para abrigar a Secretaria de Cultura e Educação, o Município responde que apenas estava no papel de intermediador para a retirada das famílias do local, já prevendo uma fatalidade.
O edifício, que ficava na Avenida Rio Branco, na região do Largo do Paissandu, era ocupado por um movimento social de defesa ao direto a moradia. O prédio, segundo comerciantes do entorno, era ocupado ilegalmente. Antes de ruir, após um incêndio no quinto andar, algumas pessoas pediam socorro no último andar.
Uma faixa da avenida Rio Branco foi tomada pelos escombros do edifício que desabou. Comerciantes da região relatam que houve correria nas ruas, com clientes deixando hoteis vizinhos às pressas. As testemunhas dizem que quebraram vidraças, se espalhando rapidamente pelos andares e atingindo os prédios vizinhos.
Moradores que pertencem ao Movimento Luta por Moradia Digna (LMD) relataram à reportagem que pagavam aluguel para morar no prédio que desabou na madrugada desta terça-feira (1º), no centro de São Paulo. Segundo relatos de moradores, o custo de viver no local era entre R$ 350 e R$ 500.
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De acordo com o Corpo de Bombeiros, o prédio já havia passado por vistoria, na qual foram relatadas as péssimas condições do local às autoridades do município. De acordo com a corporação, os compartimentos entre os andares eram divididos por madeira, o que ajudou a propagar as chamas.
O Bombeiros informou, no início da tarde desta terça que, além de um homem que caiu quando o prédio desabou, outras três pessoas estão desaparecidas. Segundo o secretário da Segurança Pública do Estado, Mágino Alves, o trabalho de retirado dos escombros pode levar até 10 dias.
O ex-prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que a solução para evitar novas tragédias como a do desabamento do edifício é evitar novas invasões. "A solução é evitar as invasões, o prédio foi invadido, e parte dela por uma facção criminosa", disse o o candidato ao governo paulista, durante o 25º Agrishow, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Segundo ele, havia uma distribuição de drogas no local.
A Igreja Evangélica Luterana, que ficava ao lado do prédio que desabou, foi destruída entre 80% e 90% , segundo o pastor Frederico Carlos Ludwig. Inaugurada em 1908, a igreja é considerada a primeira paróquia evangélica da capital, assim como o primeiro templo em estilo neogótico.
(*) Com agências