Grãos especiais estão presente há 5 gerações na Academia do Café

Eduardo Avelar - Hoje em Dia
09/08/2015 às 14:18.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:16
 (Júlia Fortini Souza)

(Júlia Fortini Souza)

O expert em cafés especiais Bruno Souza, uma das maiores autoridades do mundo no segmento, também pode se considerar um privilegiado, quando o assunto é sucessão de qualidade.

Sua grande paixão pelo café vem de 5 gerações na fazenda da família em Campos Altos, Território do Cerrado, limite dos sub territórios Alto Paranaíba e Canastra, onde se tornou profissional, iniciando seu grande negócio e também seduzindo suas outras duas paixões.

Suas filhas Maria, de 20 anos, e Julia, de 24, se tornaram também baristas de ofício, e estão realmente seguindo os passos do pai, se transformando em grandes e respeitadas conhecedoras de nosso ouro negro. Know-How de respeito, pois o Estado de Minas Gerais, hoje, detém a marca de maior produtor mundial dos grãos, se comparado com todos os países produtores do mundo. Minas é um Estado que produz mais café do que o próprio Brasil, que por sua vez é o maior produtor mundial.

Maria e Julia são os grandes orgulhos do paizão, que está sendo homenageado nesta edição especial do Dia dos Pais. Elas contam para os leitores do caderno Territórios Gastronômicos algumas passagens na convivência entre pais e filhos nos negócios.

Experiência americana

Com carinho especial, a caçula Maria conta que ainda criança iniciou o convívio com os grãos e as torras na garagem da casa dos pais nos Estados Unidos, para onde se mudou quando ainda tinha 7 anos de idade. Inicialmente, o contato se dava nas experiências e degustações apresentadas pelo Bruno, que naquela época trabalhava mais com exportação de grãos para o mundo. E as torras eram seu passatempo preferido.

Ao retornar, depois de 8 anos, já adolescente, Maria iniciou sua rápida e meteórica carreira como barista, e agora cuida, juntamente com a irmã Julia, dos negócios da família e também do pai, como afirma a carinhosa filha, que o descreve como um exemplo de alegria e profissionalismo, e completa: "Hoje, estou aprendendo muito com ele sobre torra de grãos. Sobre o convívio nos negócios, o saldo é extremamente positivo, não existindo problemas maiores, pois meu pai é muito peça!"

Já a filha mais velha, Julia, começou seu namoro com o café na fazenda dos avós, onde se divertia, ainda muito criança, passeando nos carros que soltavam os cafés nos pátios de secagem e nadando nas piscinas de fermentação de grãos. Acompanhando sempre o pai, acabou no mesmo caminho que a irmã mais nova, tornando-se também barista profissional.

Aprendizado

Sobre trabalhar com o pai, Julia é mais incisiva: "É diferente. Eu e meu pai somos muito parecidos, e diferente de minha irmã, nós batemos de frente. Ele é muito teimoso e com ele é muito difícil inovar". Mas o lamento logo se transforma em um grande e carinhoso respeito. "Aprendo muito, e todos os dias, com ele. Às vezes, ele não consegue passar o conhecimento, mas a convivência é muito gratificante, pois assim aprendemos tudo."

Sobre o trabalho, Julia aponta um grande defeito no paizão: o excesso de preciosismo quando está na cafeteria o faz experimentar diversos cafés até chegar no desejado, mas o problema é a bagunça que ele faz."Precisa de três pessoas atrás para arrumar tudo", brinca a não menos apaixonada filhona do Bruno Souza.

Academia do Café: (31) 3223-8565

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