Greve geral contra o pacote de ajustes do governo

Thiago Ricci - Hoje em Dia (*)
Publicado em 17/09/2015 às 06:58.Atualizado em 17/11/2021 às 01:46.

Como reação ao pacote de ajustes anunciado pelo governo federal nesta semana, o funcionalismo público anunciou greve geral na próxima quarta-feira (23). Servidores de todo o Brasil, representados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), prometem suspender os trabalhos em protesto às medidas, especialmente ao congelamento por sete meses do reajuste salarial – o que geraria uma economia de R$ 7 bilhões para o governo.

Conforme os dirigentes, os trabalhadores não estão dispostos a discutir os pontos do pacote. “Não há como melhorar o que é muito ruim. Nossa luta agora é para que seja rejeitado no Congresso. É lamentável num país em que temos 200 mil cargos vagos no funcionalismo, segundo o próprio Ministério do Planejamento, termos diminuição. Somente para 2016 estavam previstos 40 mil concursos, que foram cancelados. O resultado é a queda da qualidade dos serviços prestados à população”, diz Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef).

Os sindicalistas avaliam que as medidas – além do reajuste, os concursos públicos serão congelados até 2017 e o abono para o servidor aposentado que continua trabalhando será extinto – vão gerar ainda mais gastos à União.

“Para o poder público é mais barato que ele continue, mesmo com o adicional, do que pagar a aposentadoria e contratar outro. Só na área federal serão 101 mil trabalhadores que deixarão seus postos se o abono acabar”, afirma o secretário-adjunto de Relações do Trabalho da CUT, Pedro Armengol.

“Na semana passada completamos quatro meses de uma discussão muito dura, mas que já tinha as divergências equacionadas. Não temos mais perspectiva sobre o acerto”, completou. Apenas a Condsef reúne 38 sindicatos que representam 80% dos servidores federais. Também participa do movimento o Fórum das Entidades, que concentra a Condsef e outras 20 entidades, representando 1,5 milhão servidores dos três poderes.

Minas Gerais

Os servidores federais em Minas também participarão do ato, na próxima quarta-feira. “É um equívoco colocar servidores federais para pagar um ajuste enquanto mantém taxa de juros para dar lucro a quem não investe no desenvolvimento econômico do país. Os trabalhadores são essenciais para os serviços públicos”, afirma a presidente da CUT em Minas, Beatriz Cerqueira.

A Executiva Nacional do PT pretende se reunir nesta quinta-feira (17) para avaliar a crise e o impacto do anúncio do pacote, considerado pela sigla uma condução errática. “A sensação que temos é que Dilma se rendeu às pressões”, disse o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), numa referência aos ultimatos de empresários e banqueiros.

(* ) Com Agência Estado

‘É um equívoco colocar os servidores para pagarem o ajuste. Teremos o ato em Minas sim’ - Beatriz Cerqueira, presidente da CUT-MG

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