Hélio Oiticica é inspiração para show da cantora e atriz Juliana Perdigão

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
06/06/2015 às 10:28.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:22
 (Cecília Lucchesi/Divulgação)

(Cecília Lucchesi/Divulgação)

Toda vez que vai a Inhotim, Juliana Perdigão corre para a galeria dedicada a Helio Oiticica. “Tenho sempre que começar o passeio com um mergulho na piscina, para depois secar o corpo ao sol no jardim”, conta a multi-artista. Quando recebeu o convite para preparar um show único e comissionado para ser apresentado no parque-museu de Brumadinho, ela não teve dúvidas: teria de ser lá.

Assim, sábado e domingo, quem estiver no Inhotim poderá conferir o show que Juliana fará ao lado da banda Os Kurvas em homenagem a Helio Oiticica (1937-1980), um dos mais populares nomes da arte nacional e autor das obras “Cosmococas” ao lado do cineasta belo-horizontino Neville D’Almeida.

A própria obra foi uma inspiração importante para o desenvolvimento do repertório. “O Hélio era muito ligado a música. Ali nas próprias Cosmococas já há muita sugestão para um show, porque todas as salas têm trilhas sonoras de vários artistas como Jimi Hendrix e Yoko Ono. Isso só já é uma referência maravilhosa”, conta Juliana, que fez uma pesquisa apurada sobre o artista para construir o show.

Zé Celso Martinez

Uma das principais fontes para ela está no grupo Teatro Officina, onde Juliana trabalha há dois anos. Ela conversou com o diretor José Celso Martinez Corrêa, que era muito próximo de Oiticica nos anos 60, especialmente.

“Assim como o Hélio, o Zé (Celso) estava no olho do furacão da Tropicália. Tanto que o espetáculo ‘O Rei da Vela’ (1967) foi um marco e todos tropicalistas falam dele como um impulso para rupturas comportamentais”, conta Juliana, que atualmente está em cartaz com “O Banquete” junto à companhia. “Tem uma música no repertório do show que foi sugestão do Zé. Falei que gostaria de inserir alguma música que tivesse relação com a Mangueira e ele me sugeriu ‘Mundo de Zinco’, do Wilson Baptista”.

Para montar o repertório, Juliana recorreu ainda a músicas de tropicalistas e a poemas dos irmãos Haroldo e Augusto de Campos, que também possuíam boas afinidades com Oiticica.

Juventude

Mas Juliana não quis falar apenas do passado neste show especial. Ela inseriu no repertório algumas canções suas e de outros jovens compositores que dialogam com o universo tropicalista e oswaldiano de Oiticica. “Não dava para ficar voltado apenas para o passado, afinal, ele era um cara que vivenciava o presente. Então coloquei músicas minhas, composições de Ava Rocha e Negro Leo, música do Tião Duá e marchinhas do bloco de Carnaval Alcova Libertina”, diz Juliana, que faz um show diferente n’A Autêntica na segunda-feira.

Juliana Perdigão nos jardins da galeria Cosmococas do Inhotim (Brumadinho), sábado e domingo, às 15h. R$ 40 para entrar no parque. N’ Aautêntica (rua Alagoas, 1172, Savassi), segunda-feira (8), às 21h. R$ 20

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