A estatal Furnas monitora a chegada dos rejeitos da barragem Mina do Feijão, que se rompeu nesta sexta-feira (25) em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na hidrelétrica Retiro Baixo, que funciona no Rio Paraopeba.
A barragem da usina hidrelétrica Retiro Baixo, que está localizada a 220 km do local da tragédia, "possibilitará amortecimento da onda de rejeito". Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), "estima-se que essa onda atingirá a usina em cerca de dois dias".
O Rio Paraopeba faz parte da bacia do Rio São Francisco. A hidrelétrica Retiro Baixo está localizada entre os municípios mineiros de Curvelo e Pompeu. A usina tem duas turbinas em operação, com capacidade instalada de 82 megawatts, energia suficiente para atender 200 mil habitantes, e opera desde 2010. Seu reservatório de 22 quilômetros quadrados.
Por meio de nota, a ANA informou que está em constante comunicação com os órgãos e autoridades federais e estaduais, inclusive no âmbito de recente Acordo de Cooperação sobre Segurança de Barragens, que está permitindo troca facilitada e mais rápida de dados sobre a situação no local do evento.
"A ANA está monitorando a onda de rejeito e coordenando ações para manutenção do abastecimento de água e sua qualidade para as cidades que captam água ao longo do Rio Paraopeba", declarou. "A fiscalização da barragem rompida, de acumulação de rejeito de mineração, cabe à autoridade outorgante de direitos minerários", informou a agência, referindo-se à Agência Nacional de Mineração (ANM).
*Com Estadão Conteúdo
Leia nota da Vale:
"A Vale informa que, no início desta tarde, ocorreu o rompimento da Barragem 1 da Mina Feijão, em Brumadinho (MG). A companhia lamenta profundamente o acidente e está empenhando todos os esforços no socorro e apoio aos atingidos.
Havia empregados na área administrativa, que foi atingida pelos rejeitos, indicando a possibilidade, ainda não confirmada, de vítimas. Parte da comunidade da Vila Ferteco também foi atingida.
O resgate e os atendimentos aos feridos estão sendo realizados no local pelo Corpo de Bombeiros e pela Defesa Civil. Ainda não há confirmação sobre a causa do acidente.
A prioridade máxima da empresa, neste momento, é apoiar nos resgates para ajudar a preservar e proteger a vida de empregados, próprios e terceiros, e das comunidades locais".
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