Oito ônibus em péssimas condições de uso foram apreendidos nesta terça-feira (15) em Juiz de Fora, na Zona da Mata Mineira, durante uma blitz do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER). A fiscalização ocorreu após denúncia do Ministério Público (MP) contra a empresa de transporte Frotanobre, que estava transportando passageiros na ilegalidade desde o dia 31 de março, quando venceu os prazos de renovação do seu contrato. Um dos veículos apreendidos fundiu o motor quando estava na vala de inspeção mecânica do DER. No início desta manhã, sete ônibus da empresa, que faziam a linha Matias Barbosa/Juiz de Fora, foram apreendidos no momento em que começavam a fazer o trajeto. Um oitavo também foi flagrado antes mesmo de sair da rodoviária. Todos foram recolhidos e passaram por vistorias mecânicas no DER, onde foram constatados em todos, sem exceção, problemas graves nos sistemas de direção, suspensão e freio. “Os problemas mecânicos são tão graves que colocavam a vida dos usuários em risco, pois a viagem era realizada pela estrada União Indústria, que possui um traçado extremamente sinuoso, por ter sido construída seguindo o trajeto do rio Paraibuna”, esclareceu o diretor de fiscalização do DER, João Afonso Baeta Costa Machado. Além das condições dos coletivos, a empresa deve ao fisco pouco mais de R$ 200 milhões e também não teria pagado cerca de 200 multas administrativas emitidas pelo DER. Além de Juiz de Fora e Matias Barbosa, a Frotanobre estava realizando transporte ilegal para mais 19 cidades (Lima Duarte, Bom Jardim, Arantina, Andrelândia, São Vicente de Minas, Minduri, Olaria Liberdade, Bias Fortes, Santa Bárbara do Rio Verde, Rio Preto, Bicas, Guarará, Maripá, Argerita, Leopoldina, Rio Novo, Cataguases, Mirai e Chácara). Para que os usuários não ficassem sem transporte, os ônibus tirados de circulação foram substituídos por outros de empresas legalizadas. “É um fato inédito uma empresa que era regular se tornar clandestina”, ressaltou João Afonso Baeta. A preferência dos usuários pela empresa ocorria principalmente pelo valor da passagem. No trajeto entre Matias Barbosa/Juiz de Fora, a Frotanobre cobrava R$ 3,75, enquanto a concorrência pratica o preço de R$ 4,65. “O fato da Frotanobre cobrar um preço mais barato do que a das empresas do sistema regular se deve ao fato dela ser sonegadora contumaz de impostos e taxas conforme o DER e a Receita Estadual identificaram”, explicou o diretor. O Hoje em Dia entrou em contato com a Frotanobre, mas nenhum responsável pela empresa quis se manifestar sobre o assunto.