Conselho Federal de Medicina Veterinária quer evitar prejuízos aos animais

Gabriela Sales - Hoje em Dia
14/01/2015 às 07:49.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:39
 (André Brant / Hoje em Dia)

(André Brant / Hoje em Dia)

Na tentativa de garantir que o serviço de estabelecimentos especializados no trato de cães e gatos seja prestado de acordo com as boas práticas veterinárias, entra em vigor, nesta quinta-feira (15), uma resolução do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) que estabelece princípios e normas que podem evitar danos irreversíveis aos animais.

A partir da publicação do documento no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira, os responsáveis técnicos de clínicas veterinárias e pet shops deverão seguir as orientações do CFMV.

“A ideia é da Resolução nº 1.069/2014 é orientar a prática dos estabelecimentos no que diz respeito a exposição, manutenção, higiene, estética, venda e doação de animais. A adequação é necessária para que não haja danos à saúde e ao bem-estar deles”, destaca o secretário-geral do Conselho, o médico veterinário Marcello Roza.

 

Maus-tratos

A falta de assistência aos pets leva muitos donos de animais recorrem ao poder judiciário, segundo o responsável pela Delegacia Especializada de Crimes contra a Fauna, delegado Aloísio Daniel Fagundes. “Em grande parte dos casos investigados não há comprovação de maus-tratos e, por isso, muitos procuram a Justiça para pedir ressarcimento dos gastos com cães e gatos”, afirma.

Entre as reclamações relatadas nos processos estão registros de queimaduras, mutilações, erros em diagnósticos veterinários, abandono e até morte dos bichos, como no caso da técnica de enfermagem Jaqueline Alves de Souza, de 43 anos.

Ela espera pela punição dos responsáveis pela morte dos vira-latas Quiara, Luna e Luk. No ano passado, ela os tirou das ruas e os encaminhou para um lar temporário em Esmeraldas, na Grande BH. “Fiz essa opção até conseguir um lugar definitivo. A promessa era a de que o local teria um amplo jardim para brincadeiras, o que nunca aconteceu”, conta.

Os cães passavam a maior parte do tempo amontoados em canis sem higienização, água ou comida. “Eles estavam desnutridos e debilitados. Um deles chegou a morrer porque os demais cães o atacaram de tanta fome. Os outros dois estavam doentes e em fase terminal, acabaram não resistindo”, relembra com tristeza.

A atriz Eunice Bráulio, de 59 anos, acionou a Justiça após ver a cadela Belinha, da raça Bichón Frise, morrer por suspeita de negligência em uma veterinária da região Oeste de BH. O animal, que era diabético, ficou no local por 23 dias e, ao sair da clínica, estava debilitado. “Eu sempre tinha o retorno de que a Belinha estava bem. Quando vi que estava toda abatida, machucada e estressada, fiquei em choque”, recorda.

Com o quadro de saúde fragilizado, Belinha precisou ser internada em outra clínica, mas morreu dias depois. O estabelecimento suspeito de negligenciar o atendimento contesta a versão da atriz e disse apenas que irá se pronunciar a respeito do caso na Justiça.  

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