Alvos constantes de vandalismo, os abrigos de ônibus da capital geram um gasto mensal em manutenção de cerca de R$ 500 mil. Todos os dias, pelo menos 20 plataformas são depredadas. Muitas delas ainda aguardam reparos. Serviço que deixou de ser executado durante cerca de dois anos pela empresa contratada para este fim pela BHTrans.
Neste período, caso tivesse assumido os gastos que cabiam à CPS Publicidade, a prefeitura desembolsaria algo em torno de R$ 12 milhões. Valor suficiente para erguer mais de 150 unidades habitacionais, como as do programa Vila Viva. Alternativa que foi descartada, como se pode perceber diante da quantidade de abrigos danificados pela cidade.
A solução encontrada foi romper o contrato com a empresa e viabilizar um acordo emergencial com outra há dois meses. Isso para garantir que, pelo menos algumas manutenções sejam realizadas, para evitar uma má impressão dos passageiros durante a Copa do Mundo de 2014.
“Acreditamos que até o início da competição os pontos principais vão estar prontos. Vamos priorizar as áreas que abrigam pontos de atratividade e hotéis”, explica o superintendente de implantação e manutenção da BHTrans, José Carlos Ladeira.
Uma licitação definitiva para garantir a manutenção das atuais 1.100 unidades de abrigos espalhadas por BH já está em andamento. Outro chamamento público vai tratar da escolha de uma empresa para instalar mais pontos de embarque e desembarque.
“Alguns abrigos da região Central serão transferidos para outros pontos e vão ganhar equipamentos novos que também já devem ser instalados antes da Copa”, afirma Ladeira.
Juntas, todas as ações visam alcançar a meta estabelecida pelo plano de governo atual. Até 2016, 70% dos embarques em pontos de ônibus da capital dever ser feitos em locais abrigados (com plataformas ou estações). Atualmente, pouco mais de 50% dos mais de 1,7 milhão de embarques diários ocorrem em locais desse tipo.
O contrato com a empresa que vai instalar novas plataformas pelas ruas de BH vai seguir os moldes do acordo firmado com as outras prestadoras desde o início do serviço, há 15 anos. A proposta prevê exploração publicitária dos painéis acoplados aos abrigos. Uma taxa individual referente à publicidade será repassada à BHTrans.
Pente-fino para recuperação
A empresa contratada para fazer a manutenção emergencial de alguns abrigos de ônibus da capital já começou a efetuar os reparos. Por causa da extensão dos danos, algumas plataformas terão que ser retiradas das ruas. Equipamentos novos só serão instalados no ano que vem, após a licitação definitiva.
Os próximos pontos de embarque e desembarque a passar pelo “pente-fino” da empresa de manutenção ficam nas avenidas Augusto de Lima, na região Central, e Alfredo Balena, na área hospitalar.