30 obras contra enchentes em Belo Horizonte ficam para 2014

Renato Fonseca - Do Hoje em Dia
20/09/2012 às 09:00.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:26
 (Frederico Haikal)

(Frederico Haikal)

Moradores de Belo Horizonte, principalmente de áreas de risco como vilas e favelas, continuarão desprotegidos para enfrentar os próximos períodos de chuva. Do total de obras previstas na cidade para minimizar danos causados por inundações, 30 estão inacabadas e só ficarão prontas daqui a dois anos.

As intervenções estão orçadas em R$ 164 milhões. Os recursos são provenientes de diversas fontes de financiamento. Nos últimos quatro anos, outras 55 obras preventivas de reassentamento de famílias, contenção de encostas e construção de bacias de contenção foram concluídas. O investimento foi de R$ 570 milhões.


Medo

Faltando menos de um mês para o início do período chuvoso, moradores que convivem há anos com a situação de risco temem pelo pior. Um dos pontos mais críticos é o encontro dos bairros Ribeiro de Abreu e Aarão Reis, na região Nordeste, por onde passa o córrego do Onça.

Só no Ribeiro de Abreu, pelo menos 1.300 famílias residem próximo a encostas e à beira do curso d’água. É o casa das primas e vizinhas Maria Helena Gonçalves, de 41 anos, e Adalgisa Gonçalves, de 52. As duas têm filhos pequenos e suas residências ficam a poucos metros do rio.

“Todo ano, a situação se repete. A prefeitura fala para a gente sair daqui, mas não nos dá nenhuma alternativa”, diz Maria Helena. Na última temporada de chuva, os imóveis foram invadidos pela correnteza. “Perdemos quase tudo, mas tivemos que voltar”, recorda Adalgisa.


Solução paliativa

Para o engenheiro hidráulico e professor da UFMG Nilo de Oliveira Nascimento, enquanto as grandes obras estruturantes de prevenção não forem concluídas, a opção é usar os canais meteorológicos disponíveis, por meio de alertas, para minimizar possíveis impactos.

“O ideal é que essas obras sejam feitas. Porém, o processo de desocupação e o reassentamento, assim como as intervenções nos leitos dessas bacias, são longos e complexos. A prefeitura tem de usar todos os mecanismos disponíveis para mobilizar agentes da Defesa Civil para a retirada das pessoas”, diz Nascimento.


Impacto

O especialista avaliou o impacto das inundações em áreas de risco. “A destruição sempre será maior. São pessoas vulneráveis. As casas, na maioria das vezes, ficam muito próximas ao rio”.

Segundo o coordenador do Programa de Recuperação Ambiental e Saneamento dos Fundos de Vales dos Córregos em Leito Natural (Drenurbs), Ricardo Aroeira, com o término das obras, cerca de 3.000 famílias deixarão de conviver com o risco eminente de inundações.

Dentre as obras executadas, ele destaca a implantação da Bacia de Detenção do Córrego Bonsucesso, no Barreiro. “Nos anos anteriores à implantação, ocorreram diversas inundações. Hoje, os riscos foram minimizados, e a população local passou a ter uma melhoria em termos de segurança e qualidade de vida”.

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