A quatro dias do fim da campanha da vacinação contra a gripe, 35% do público-alvo não se protegeu

Bruno Moreno
bmoreno@hojeemdia.com.br
22/05/2017 às 19:33.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:40

Minas Gerais pode não atingir a meta de vacinar 90% do grupo de pessoas escolhido para receber a imunização contra a gripe. Iniciada em 17 de abril, a campanha nacional deste ano termina na próxima sexta-feira e 1,5 milhão de mineiros, ou seja, 35% do público-alvo, ainda não receberam a proteção.

Faltando quatro dias para o término da campanha, nenhum grupo prioritário atingiu a meta de vacinação. No entanto, o que chama mais atenção é o formado por crianças de 6 meses a 4 anos – apenas metade recebeu a dose. Apesar do atual cenário, não há previsão de prorrogação da campanha nem de ações por parte do poder público para sensibilizar a população a comparecer aos postos de saúde.

Apesar da baixa adesão, a situação em Minas é melhor do que a média nacional; segundo o Ministério da Saúde, apenas 53% dos grupos prioritários no país foram vacinados

Em Belo Horizonte, a situação é semelhante. Das 827 mil pessoas que deveriam ter sido vacinadas, 320 mil ainda não receberam a imunização. Com isso, o alcance da campanha na capital chega a apenas 61%.

Gerente de Vigilância em Saúde e Informação da Secretaria Municipal de Saúde, Lúcia Paixão acredita ser possível vacinar todos em apenas quatro dias. Segundo ela, a campanha do ano passado foi um sucesso e a meta chegou a ser superada.

Lúcia Paixão vê dois motivos para a baixa adesão em 2017. Primeiro, uma possível consequência da vacinação da febre amarela, no começo do ano, em que houve muitas filas nos postos de saúde. Segundo, são poucos os casos graves de gripe, ao contrário do que ocorreu em 2016.

“No ano passado, o vírus H1N1 causou muitos óbitos. Neste ano, o que tem aparecido mais é o H3N2, que é mais brando”, explicou a diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Janaína Fonseca.

Ela ressalta que é fundamental que todos os grupos sejam vacinados. Além das crianças, ela também reforça a necessidade de atenção maior às gestantes, que também tem baixo percentual de imunização, tanto na capital quanto no Estado.

Mãe do pequeno Bernard, de 3 anos, a administradora Renata Pereira Rabelo foi ontem até o Centro de Saúde Osvaldo Cruz, no Barro Preto, na região Centro-Sul de BH, para vacinar o filho.

“Essa é a terceira vacina de gripe que ele recebe, sempre com orientação da pediatra. Na primeira, ele teve uma febre, de dois dias, mas foi só isso. Eu prefiro a febre a correr o risco de ele ficar gripado no inverno”, afirma.

Além de crianças e gestantes, a vacina contra a gripe está disponível nos postos de vacinação para pessoas com 60 anos ou mais; trabalhadores de saúde; povos indígenas; puérperas (até 45 dias após o parto); população privada de liberdade; funcionários do sistema prisional, portadores de doenças crônicas não transmissíveis e professores.Editoria de Arte


 

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