'A UPA está em luto': servidores da unidade Barreiro protestam após morte de técnico de enfermagem

Renata Evangelista
rsouza@hojemdia.com.br
28/07/2020 às 13:20.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:08
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

"A UPA está em luto" e "Nenhuma vida a menos". Com esses dizeres, servidores da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Barreiro, em Belo Horizonte, protestaram após a morte do técnico de enfermagem Gerônimo Batista Pires. O agente foi o primeiro trabalhador do SUS a falecer vítima da Covid-19 na capital.

Além de homenagear o colega de trabalho, os funcionários também exigiram melhores condições para atendimento aos pacientes com Covid-19. Na avaliação da categoria, a sobrecarga de trabalho e a falta de estrutura dos postos de saúde e das UPAs podem justificar o alto índice de contaminação entre os profissionais que estão na linha de frente no combate à pandemia.

Até o momento, conforme balanço da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), 299 profissionais da saúde da rede pública da capital foram infectados pela Covid-19. O número é quase 125% maior que o registrado há três semanas: até 3 de julho, 133 pessoas tinham testado positivo para a doença. 
 
Os técnicos de enfermagem são os mais vulnteráveis à enfermidade. Até o momento, a categoria contabiliza 132 confirmações. Enfermeiros e agente comunitário de saúde, com 37 e 33 casos diagnosticados respectivamente, aparecem na sequência. 

A SMSA lamentou a morte do técnico de enfermagem e se solidarizou com os familiares da vítima. Destacou que UPA Barreiro continua funcionamento normalmente, seguindo as orientações técnicas de combate ao novo coronavírus. Além disso, a pasta garantiu que a unidade tem "plena condição material e de pessoal, com equipamentos e quadro de funcionários completo" para operar.

"A unidade conta com infraestrutura para atendimento de urgência da população. Os trabalhadores das Upas receberam capacitação para atendimento de casos de Covid-19. Eles foram treinados para os procedimentos de uso correto de EPIs, de forma a garantir tanto a segurança dos pacientes quanto dos trabalhadores", frisou, em nota. A secretaria confirmou que, desde 3 de julho, 487 servidores tiveram a jornada de trabalho estendida temporariamente. Para repor os afastamentos, houve 474 contratações.

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