Acréscimo dos dias letivos reduz evasão e aumenta desempenho

Gabriela Sales - Hoje em Dia
24/01/2014 às 07:25.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:33
 (Dione Afonso/Hoje em Dia)

(Dione Afonso/Hoje em Dia)

MONTES CLAROS – Mais tempo na sala de aula, longe das ruas e do tempo ocioso. Essa é a proposta para a educação básica em Montes Claros, no Norte de Minas. Há um ano, os 33 mil estudantes do ensino infantil e fundamental passaram a ter 20 dias letivos a mais no calendário escolar, somando 220. O município é o primeiro em Minas a aumentar os dias de atividades escolares, colhendo bons resultados.

Segundo a diretora pedagógica da Secretaria Municipal de Educação, Heloísa Gomes, a evasão escolar e o baixo rendimento dos estudantes caíram pela metade após a alteração no calendário. “As avaliações municipais mostram que a mudança gerou resultados positivos para os alunos”, diz.

A secretária de Educação, Sueli dos Reis Nobre Ferreira, lembra a situação que motivou a mudança. “Tínhamos um quadro de baixo aproveitamento com muitas repetências e notas baixas. O aumento na carga horária veio para tornar a escola mais presente na vida dos alunos e sanar essa deficiência”.

Além do currículo

Com aula durante a semana e aos sábados, os estudantes desenvolvem atividades regulares e extracurriculares em 104 unidades de ensino municipais. “É a possibilidade de o aluno e a comunidade estarem mais próximos da escola. Com isso, os pais se tornam mais presentes da vida acadêmica dos filhos”, afirma Heloísa Gomes.

Nas escolas, os alunos veem mais conteúdo de matérias como matemática e português, e têm atividades esportivas, noções de meio ambiente, educação social, além de receberem merenda balanceada.

Um desafio é atrair os alunos para as aulas aos sábados. No ano passado, poucos compareceram. Neste ano, a pasta promete diminuir as atividades no fim de semana e adotar estímulos para a leitura. “Com isso, alteramos o tempo de férias em função da Copa do Mundo e do nosso calendário diferenciado”, explica o secretário-adjunto de Educação, Cristiano Dias Júnior.

Com mais tempo em sala de aula, a atendente Vilma Dias Costa, de 37 anos, acredita que o desempenho do filho Yago, de 7 anos, que cursa o 2º ano do ensino fundamental, tenha um crescimento significativo. “É um benefício que terá bons resultados no futuro. São crianças que serão mais preparadas e qualificadas”, diz.

Pai de três filhas em idade escolar, o motorista Vonaldo Alves Barbosa, de 40 anos, ainda não se acostumou com a mudança. “Os estudantes e professores ficam estafados com tanto tempo em sala de aula. Além disso, o sábado letivo tira a oportunidade de ter a família reunida no fim de semana”, observa.

Já a diretora da Escola Municipal Ilda Carvalho, Sandra Márcia Soares, ressalta que a extensão nos dias letivos é um forma de retirar jovens das ruas. “Com isso mantemos esses meninos longe da violência”, avalia.
 

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