Acusado de matar o próprio advogado com 30 tiros de fuzil é julgado em BH

Renata Evangelista
28/08/2019 às 10:37.
Atualizado em 05/09/2021 às 20:12

Um homem acusado de matar o advogado Jayme Eulálio de Oliveira, no bairro Castelo, região da Pampulha, em Belo Horizonte, está sendo julgado, na manhã desta quarta-feira (28), no 2º Tribunal do Júri da capital mineira. Um segundo réu, que também seria julgado hoje, não compareceu à sessão alegando problemas de saúde.

O crime aconteceu em outubro de 2013 e, na ocasião, o advogado foi executado com 30 tiros de fuzil. Ele chegava em casa, em um veículo blindado, quando foi fuzilado. Conforme o Ministério Público, Jayme Eulálio defendia a gangue "Cinco de Julho", mas teria traído a confiança dos bandidos e, por isso, foi morto.

De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), ainda não há previsão de data do novo julgamento do réu que não compareceu ao julgamento nesta quinta-feira. Um terceiro acusado teve o processo desmembrado e também será julgado posteriormente, em dada também não definida.

Até o momento, outros três suspeitos foram julgados e inocentados do crime. Para a Justiça, não ficou comprovado participação do trio na execução

Entenda o crime

O advogado Jayme Eulálio de Oliveira trabalhava na área criminal defendendo membros da associação criminosa conhecida como "Cinco de Julho". Segundo a denúncia, meses antes do homicídio, os investigados roubaram R$ 100 mil de um posto de gasolina em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Um dos acusados entrou em contato com o advogado para assumir a defesa no caso investigado pelo Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp). Jayme cobrou R$ 100 mil, justificando que parte desse valor seria voltado ao pagamento de propina aos policiais civis. No entanto, a investigação não foi arquivada e os envolvidos foram presos.

De acordo com o Ministério Público, os integrantes da "Cinco de Julho" perceberam que tinham sido traídos pelo advogado e exigiram a devolução da quantia paga. Porém, Jayme se recusou a devolver o dinheiro e fez uma contra-ameaça, afirmando que possuía uma arma de fogo e que seu carro era blindado.

No dia do homicídio, dois homens estacionaram um veículo atrás de uma caçamba de lixo, ficando perto da casa da vítima. Jayme foi morto com mais de 30 tiros de fuzil. Para o MP, a motivação do crime envolveu vingança e utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima.

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