Adaptação de haitianos depende de ação específica

Patrícia Santos Dumont - Hoje em Dia
17/05/2014 às 07:53.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:37
 (Marcelo Casal JR/ARB/27-04-2013)

(Marcelo Casal JR/ARB/27-04-2013)

Políticas públicas específicas voltadas para cerca de 3 mil haitianos que vivem em território mineiro podem contribuir para a melhor inserção dos imigrantes não somente no mercado de trabalho, mas na sociedade como um todo.    A constatação faz parte dos resultados obtidos após pesquisa inédita feita pela PUC Minas a pedido do Conselho Nacional de Imigração (CNIg) e Ministério do Trabalho.   O levantamento, batizado de “Estudos sobre a Migração Haitiana ao Brasil: diálogo bilateral”, aconteceu entre julho e novembro de 2013 e ouviu 340 haitianos que vivem em Belo Horizonte e também em Brasília, Campinas, Curitiba, Porto Velho, São Paulo e Manaus.   Para o coordenador do estudo, o demógrafo Duval Fernandes, a pesquisa dará a direção de como estimular um planejamento mais específico para essa população nos âmbitos nacional e estadual.    “Ainda não há impacto social proveniente da presença desses imigrantes, mesmo porque estão todos inseridos no mercado de trabalho, exercendo algum tipo de atividade na sociedade”, afirma Duval.   Segundo ele, porém, programas mais específicos contribuiriam para que a mão de obra estrangeira fosse mais bem aproveitada.    “Pelo menos 80% dos imigrantes que chegam a Minas têm visto concedido pelo consulado haitiano. Nesse caso, o ideal seria, por exemplo, já haver um posto de encaminhamento no Aeroporto de Confins para melhor direcionar esse novo morador”.   Jovens   O estudo mostra que o grupo é predominantemente formado por jovens de 20 a 39 anos, com instrução equivalente ao ensino fundamental incompleto.    A expectativa é a de que até o fim deste ano pelo menos 50 mil haitianos estejam vivendo em cidades brasileiras. Em 2010, quando começou a emigração para o Brasil, o contingente não chegava a 200. Em 2013, ultrapassava 20 mil.    Para o representante no Brasil da Organização Internacional para as Migrações (OIM), Jorge Peraza, a pesquisa servirá como base para que os desafios do fluxo migratório sejam identificados, e novas políticas, traçadas. “É evidente a necessidade de uma articulação entre as instituições, como Ministério da Justiça, do Trabalho e órgãos ligados à saúde e à educação”.    Direitos iguais   Por meio de nota, o governo de Minas informou que tem acompanhado a imigração e oferecido aos haitianos legalmente radicados no Estado a mesma rede de acesso aos direitos utilizada pelos mineiros.

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