Adolescente confessa ter matado avós e tia por ser "oprimido" por eles em Mantena

Ana Lúcia Gonçalves - Hoje em Dia
22/04/2014 às 17:40.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:15
 (Polícia Civil/Divulgação)

(Polícia Civil/Divulgação)

Um adolescente de 17 anos confessou o assassinato dos avós e da tia, estrangulados dentro de casa em Mantena, Vale do Rio Doce, no dia 30 de março. O objetivo dele era vingar-se do padrasto que o “oprimia”, o proibia de sair de casa e deu um tapa em seu rosto, em dezembro do ano passado. O crime foi premeditado e chocou pela frieza como foi cometido.Os detalhes foram divulgados na tarde desta terça-feira (22) pela polícia em Governador Valadares, também no Vale do Rio Doce,   Segundo o delegado Iure da Matta, o adolescente L.A.C, que já fez um curso de culinária no Sesi, programou fazer um almoço para os aposentados Emília Edovirgem dos Santos, de 81 anos, Boaventura Dória de Carvalho, de 75 anos, e a filha deles, a manicure Sueli Doria de Carvalho, de 39 anos. Era domingo e o almoço foi a desculpa que o garoto usou para reunir a família do homem que era seu padrasto há sete anos.   Além da macarronada, serviu suco de manga misturado a duas cartelas de um medicamento controlado para dormir que comprou ilegalmente numa farmácia da cidade. Os avós logo ficaram sonolentos e foram colocados por ele no sofá. A tia, que também sentiu tonturas, conseguiu tomar um banho para “desperta-se”, mas quando avisou que seguiria com os pais para o hospital, foi dominada e enforcada com o fio de uma extensão. Na sequência, o menor fez o mesmo com os pais do seu padrasto.    Segundo o delegado, o rapaz tentou enganar a polícia simulando um duplo assassinato seguido de suicidio, mas não conseguiu dependurar o corpo da tia pelo pescoço na varanda dos fundos. “Ele arrastou o corpo dela pelo pescoço, quebrando vértebras e provocando um afundamento na cabeça, mas desisitiu”. Antes de abandonar a casa, por volta das 14 horas do dia 30 de março deste ano, ele ainda ascendeu as luzes e ligou o som.    Os vizinhos encontraram os corpos dois dias depois, em adiantado estado de decomposição. Durante as investigações, o adolescente foi chamado para prestar informações e, depois de várias contradições, confessou ter matado a família. “Ele contou detalhes que só a perícia conhecia”, justifica o delegado a quem o adolescente teria dito que sua intenção era fazer o padrasto sofrer, sem contudo desamparar a mãe e a irmã.   “Por isso não quis matá-lo”, explica. Uma adolescente que seria amiga de L.A.C informou à polícia que os atritos tinham relação com a homosexualidade do rapaz, situação que o padrasto oriundo de uma família evangélica tentava controlar proibindo as suas saídas. Segundo o promotor Evandro Ventura, o Minisério Público acompanha o caso e o  adolescente está recolhido, aguardando vaga em um Centro Socioeducativo da região, onde poderá cumprir internação de até três anos.   Antes de ser apreendido o adolescente escreveu uma carta para o padrasto onde o chama de pai e pede perdão, também à mãe. Dentro dela deixou dois cordões de bijouteria como presente para eles.

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