Os advogados do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o “Bola”, acusado de homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver, no caso Eliza Samudio – ex-amante do goleiro Bruno Fernandes –, irão pedir o afastamento da juíza Marixa Rodrigues do caso. Segundo Fernando Magalhães, que compõe a defesa de Bola, a magistrada “usurpou de sua competência” ao definir no atestado de óbito da modelo a causa e o local da morte.

De acordo com o documento, expedido no último dia 24, Eliza foi morta por esganadura, em 10 de junho de 2010, na rua Araruama, em Vespasiano, na Grande BH. O endereço é da casa de Bola.

O advogado do réu acredita que, por ter participado do processo, a juíza não poderia ter feito juízo de valor. Por esse motivo, segundo ele, ela deve ser considerada suspeita para permanecer na causa.

“Os jurados aceitaram uma tese, mas não quer dizer que no próximo júri sejam obrigados a usá-la. Determinar a causa da morte é algo impossível, que traz um prejuízo incomensurável ao meu cliente”, disse.

O pedido de suspeição de Marixa Rodrigues será entregue até amanhã à magistrada, que, conforme Magalhães, pode se considerar inapta para continuar à frente do julgamento, e ao Tribunal de Justiça de Minas.

Na avaliação do criminalista Vitor Lanna, as informações que constam no atestado de óbito foram extraídas do processo de Luiz Henrique Romão, o “Macarrão”, condenado no fim do ano passado, e transferidas para um processo distinto, não concluído.

“A juíza não tem competência jurisdicional para emitir esse laudo. Foi uma postura tendenciosa e parcial, que impede o outro lado de se defender. É um documento que atesta a culpabilidade”. Segundo Lanna, nos campos “motivo e local” da morte deveria constar a palavra “desconhecido”.





 

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