Afogamentos em Minas disparam com o calorão em alta

Raul Mariano
16/09/2019 às 20:42.
Atualizado em 05/09/2021 às 21:47

O calor escaldante que tem marcado o inverno em Minas e estimulado a busca por cachoeiras, rios e piscinas serve também de alerta para banhistas. De janeiro a agosto, o Corpo de Bombeiros já atendeu 514 ocorrências de afogamento no Estado.

O caso mais recente aconteceu no último sábado, quando pai e filho morreram após entrarem em uma lagoa no bairro Parque do Cedro, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Eles foram ao local pescar, mas decidiram nadar para se refrescarem do calor de quase 30°C.

No primeiro domingo de setembro, outros três afogamentos foram registrados em Minas. No primeiro, um jovem de 27 anos se acidentou com uma moto aquática em uma represa em Conceição das Alagoas, no Triângulo. 

No segundo episódio, um homem desapareceu na Lagoa Azul, em Santa Luzia, também na Grande BH. O outro chamado foi em Nova Serrana, quando um garoto de 17 anos se afogou no rio Pará, na zona rural do município da região Central. 

“O que está acontecendo é uma concentração atípica em fins de semana que antecedem o verão. Para uma época que não é férias ou feriado, acreditamos que o calor antecipado seja um dos motivos”, explica o tenente Herman Ameno, dos Bombeiros.

“Tentar salvar uma pessoa que se afoga também é arriscadíssimo. A orientação é lançar objetos que flutuem, como cordas, galhos, isopor ou até garrafas PET” (Herman Ameno, tenente do Corpo de Bombeiros)

Cuidados

O militar destaca que a falta de cuidados dos banhistas é crucial para que as fatalidades aconteçam. Para ele, o comportamento preventivo pode reduzir drasticamente os riscos.

“Dentre vários cuidados, é importante evitar o abuso de álcool, saltos de locais elevados e mergulhos em lugares desconhecidos”, explica. “Tentar salvar uma pessoa que se afoga também é arriscadíssimo. A orientação é lançar objetos que flutuem, como cordas, galhos, isopor ou até garrafas PET”.

Ameno também ressalta que a escolha dos locais para nadar deve ser feita com atenção.

“É melhor frequentar lugares que oferecem acesso fácil para a eventual necessidade de socorro e que não tenham correnteza forte. Há muitos locais a que as equipes dos Bombeiros têm dificuldade de chegar até mesmo de helicóptero”, garante.

514 ocorrências de afogamento foram registradas em Minas pelos Bombeiros, de janeiro a agosto deste ano

Altas temperaturas

As altas temperaturas vêm castigando os belo-horizontinos há pelo menos três semanas. Em pleno inverno, a capital chegou a registrar 36,4°C na última semana, um recorde para este ano.

A previsão para os próximos dias é de que o calor continue ainda mais intenso. Sem chances de chuva, o ar continua seco, e a umidade, baixa.

De acordo com informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão é a de que a temperatura suba mais nesta terça-feira (17), com 34°C de máxima e mínima de 14°C. A previsão para quarta e quinta-feira é de calor ainda mais intenso na cidade, com 36°C.

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