JUIZ DE FORA – Vinte e dois agentes penitenciários foram autuados ou presos por meio de mandado judicial em Minas, entre janeiro e abril deste ano. Eles são suspeitos de vários crimes, como a facilitação da entrada de armas e drogas no sistema prisional do Estado.
O caso mais recente aconteceu, na última sexta-feira (10), em Juiz de Fora, quando um agente carcerário foi preso. Ele é acusado de favorecimento a traficantes detidos na Penitenciária José Edson Cavaliere.
O agente, de 41 anos, é acusado, ainda, de vender, por até R$ 30 mil, informações sobre o juiz da Vara de Execuções Criminais, Amaury de Lima e Souza.
Além dele, oito detentos da mesma unidade estariam envolvidos no esquema. A suspeita de que o agente teria feito o levantamento surgiu durante investigações da Vara de Execuções Criminais iniciadas há seis meses.
Elas começaram depois que o agente foi apontado como facilitador da entrada de armas, drogas e celulares na penitenciária. “O nome dele foi citado insistentemente por vários detentos, em situações diferentes”, disse o juiz, que não soube informar quanto o agente cobraria pela facilitação.
A Secretaria de Estado da Defesa Social (Seds) afirmou que, se as denúncias forem comprovadas, ele terá o contrato de trabalho cancelado.
Tortura
Em setembro de 2012, a mãe de um detento da Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires, em Juiz de Fora, denunciou ao Hoje em Dia que o filho sofria tortura de agentes por não contribuir para o trânsito de produtos ilegais na unidade.
No Estado, são 15.209 desses profissionais, com remuneração básica de R$ 2.298. Pelo menos 12 mil são contratados e concursados.