Aglomerações e flagras de rostos descobertos no primeiro final de semana de comércio aberto em BH

Marcelo Jabulas
@mjabulas
30/05/2020 às 14:04.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:38
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

A prefeitura iniciou, desde a última segunda-feira (25), o processo de reabertura do comércio em Belo Horizonte. Uma das bandeiras para a volta à normalidade foi a eficácia do combate à disseminação do novo coronavírus. E com a abertura, o isolamento despencou na capital. A reportagem do Hoje em Dia foi às ruas do Centro da capital para verificar como foi o primeiro sábado de comércio reaberto. E o que se viu foi aglomeração e muita gente desobedecendo as medidas protetivas.

Nas lojas, comerciantes evitavam falar sobre a reabertura. Nem mesmo quiseram comentar se o movimento melhorou ou piorou. Muitos estabelecimentos mantiveram seguranças na porta para ordenar o acesso ao interior do estabelecimento. No entanto, no meio era só  aglomeração e muitas pessoas sem máscara, desrespeitando as recomendações sanitárias. 

Shopping Oiapoque 

No Shopping Oiapoque, a fila na entrada do estabelecimento chamou atenção. No entanto, o administração da galeria adotou medidas de controle para permitir a entrada dos consumidores. Todos eram aferidos com termômetros e higienização com álcool em gel. O uso da máscara se tornou obrigatório, e quem não tivesse com o equipamento de segurança recebia uma máscara na porta.  Maurício Vieira / N/A

Lá dentro, o movimento era grande, mas o acesso era restrito a cerca de 500 pessoas, que precisaram retirar senha para entrar. E para evitar aglomeração foi adotado uma rota em mão única, assim como sinalização de distância entre os consumidores.

Arrependimento

Se nos shopping populares a obediências às recomendações de saúde eram obrigatória, no meio da rua cada um adotava a medida de acordo com sua convicção. Moradora do bairro Jardim Canadá, em Nova Lima, Eliane Fernandes foi até o Centro com a filha Júlia e ficou estarrecida com o comportamento da população.Maurício Vieira / N/A

"Precisei sair, mas me arrependi. Ainda mais porque vim com minha filha. As pessoas não estão cumprindo com as medidas de segurança, muita gente sem máscara, aglomeração. Acredito que a prefeitura voltará a fechar o comércio, pois falta comprometimento da população", afirma Eliane, que diz que no Jardim Canadá boa parte dos moradores também negligenciam as recomendações.

Segunda onda

Vale lembrar que, desde segunda-feira (25), quando a prefeitura iniciou o processo de reabertura, a taxa de transmissão saltou de 1,1 para 1,24 na sexta-feira (29). A elevação do índice R0 (que mensura para quantas pessoas um indivíduo pode transmitir a doença) fez com que a prefeitura ligasse o alerta. “A velocidade da transmissão está aumentando progressivamente. Na Grande BH, a epidemia está em franca ascensão”, afirmou na coletiva o infectologista Carlos Starling, integrante do Comitê de Enfrentamento, que também explica que, por hora, a situação é estável.

O aumento da taxa de contágio obrigou a prefeitura a interromper a flexibilização, mas permitiu que os estabelecimentos autorizados continuassem abertos. “Vamos vir aqui toda sexta-feira, e espero não vir na próxima determinar o lockdown”, afirmou o prefeito Alexandre Kalil, durante entrevista coletiva na última sexta-feira (29).

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