Treze crianças morrem e 343 são internadas, por dia, no Brasil, vítimas de acidentes. Só na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o Corpo de Bombeiros atendeu a 714 ocorrências envolvendo menores de idade de janeiro a agosto deste ano, 15% a mais do que no mesmo período de 2011 (625). O descuido está por trás da maioria dos registros e em 90% dos casos a armadilha se esconde dentro de casa.

Acidentes são a principal causa de morte de brasileiros de zero a 14 anos, diz a presidente do Comitê de Segurança da Sociedade Mineira de Pediatria, Marislaine Lumena de Mendonça. Entre as ocorrências domésticas, quedas, queimaduras, aspiração ou ingestão de corpo estranho, afogamentos e intoxicações lideram as estatísticas.

Na Grande BH, os atropelamentos representaram a maioria dos atendimentos dos bombeiros: pelo menos 232 pessoas de no máximo 11 anos foram socorridas em 2012, contra 192 de janeiro a agosto do ano anterior. Os afogamentos também aumentaram. Passaram de dois para cinco.

Ambiente familiar

De acordo com a pediatra Marislaine, 85% das queimaduras e mais de 90% das quedas na infância acontecem dentro de casa. “Se uma criança menor de dois anos cair na banheira, no balde ou na piscina, pode não conseguir levantar. É uma morte rápida e silenciosa”.

A médica defende que meninos e meninas sequer tenham acesso a janelas, escadas e lajes. E alerta que a ingestão de baterias de aparelhos eletrônicos é cada vez mais comum. Com conteúdo cáustico corrosivo, podem causar danos ao tubo digestivo e perfurar órgãos.
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