Alegando falta de verbas, Força Aérea desliga radares meteorológicos em Minas e outros 4 Estados

Álvaro Castro
acastro@hojeemdia.com.br
29/04/2016 às 18:13.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:12
 (Divulgação)

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O Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) precisou desativar cinco radares meteorológicos dos 23 que compõem o sistema. A alegação da Força Aérea Brasileira é que faltam recursos para manter os dispositivos em funcionamento. Os radares estão sobre Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo e Distrito Federal.

A reportagem do Hoje em Dia conversou com Roberto Pereira, presidente do Aeroclube do Estado de Minas Gerais, que afirma que para a aviação comercial o desligamento dos radares não terá grandes impactos. Contudo, poderá prejudicar sobretudo o planejamento de voo para aeronaves menores.

"O piloto faz julgamentos a todo momento no voo e quanto mais informações, maior essa capacidade de julgamento e decisão. Essas informações até podem ser consultadas em outros sites, mas eles não são voltados para a aviação", explicou.

Segundo ele, são várias as maneiras de se conseguir informações sobre as condições climáticas, como sites como ClimaTempo, Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos - CPTEC/INPE do Ministério da Ciência e Tecnologia e imagens de satélite.
 
Contudo ter uma informação precisa e em tempo real pode ser decisivo na hora de planejar a rota e de alterá-la em voo caso seja necessário. "Eu voo em um bimotor e tenho radar, mas várias aeronaves de pequeno porte não tem esse recurso. Então saber as informações de antemão é importante para tomar a decisão de, por exemplo, decolar ou não. Além disso, eu já entro em voo preparado, com uma imagem mental das condições que que me aguardam pela frente", disse.

Um outro ponto ressaltado por outro piloto consultado pela reportagem é que os impactos serão maiores ainda para os meteorologistas que passam os boletins para os aeroportos, aeroclubes e pilotos. Essas informações sobre deslocamentos meteorológicos são importantes, também, na instrução de aeronaves menores em pousos e decolagens em locais como o Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte.

Atualmente as informações são passadas aos pilotos via rádio ou pelo próprio computador de voo, dependendo do modelo de aeronave utilizado.

Em nota, a Força Aérea Brasileira explica que "esses radares são ferramentas complementares para a captação de informações meteorológicas, que ficam disponíveis para consulta de qualquer cidadão, no site www.redemet.aer.mil.br. É importante ressaltar que eles não são utilizados para o controle de tráfego aéreo. Além dos radares meteorológicos que continuam em operação, o SISCEAB conta com outras fontes de informação para previsões climáticas, como imagens de satélite e estações meteorológicas de superfície".

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