Alunos do Cefar cobram fim da exigência da Licenciatura em concurso

Raquel Ramos - Hoje em Dia
05/05/2015 às 06:17.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:54
 (Samuel Costa)

(Samuel Costa)

Professores designados e alunos do Centro de Formação Artística (Cefar) do Palácio das Artes estão unidos por uma causa em comum: eles querem a revisão dos critérios exigidos no concurso público, realizado no início do ano, para seleção de novos profissionais de música, dança e teatro, que trabalharão em uma das escolas de arte mais importantes de Minas Gerais. Pré-requisitos estipulados em edital – como o curso de licenciatura na área – deixaram de fora pessoas com experiência reconhecida em todo o Brasil e que dão aulas no local há décadas.

As primeiras tentativas de diálogo com a Fundação Clóvis Salgado (FCS) foram feitas em 2014. O pedido era que, para os candidatos que não tivessem licenciatura, fosse cobrado apenas o registro em órgão competente, como a Ordem dos Músicos ou o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado de Minas Gerais.

A alteração, segundo Danilo Curtis, presidente de uma associação que está representado os professores, atenderia ao texto da Lei 20.710/2013, que fala sobre a carreira do professor de arte da FCS.

Contra-Argumento

Diretor de Ensino e Extensão do Cefar, Roger Vieira alega que a imposição de licenciatura está respaldada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

“Após reuniões com os professores e consultas com a Procuradoria da FCS e a Advocacia Geral do Estado, concluiu-se que o edital é procedente e atende a todos os dispositivos legais”, informou. Segundo ele, não existe amparo legal para anular o edital ou realizar novas provas.

Mas além de ameaçar o emprego de profissionais renomados, a decisão também desagrada os alunos, que temem queda de qualidade do ensino. “Da forma como o concurso foi feito, estão dando mais valor a um título do que à experiência. Hoje, temos aulas com os melhores músicos, artistas e dançarinos do Brasil e não queremos perder isso. Essa mudança compromete o nome da instituição e a nossa formação”, critica Fernando Monteiro, aluno de contrabaixo.

Na tentativa de conseguir reverter a situação, professores e alunos preparam um protesto, que deve ser realizado em 13 de maio, na entrada do Palácio das Artes. Amanhã (nesta terça) teremos um encontro para organizar esse ato. Faremos o que for preciso para não perdermos nossos professores”.

O concurso público abriu vagas para 85 profissionais, que iniciarão as atividades em 2016. A Fundação Clóvis Salgado garante que os aprovados na prova se empenharão em manter a alta qualidade no ensino do Cefar
 

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