(Sindi-Rede)
Problemas que interferem na formação dos alunos voltam a se repetir na rede pública de Belo Horizonte. Há mais de um ano, direção e professores da Escola Municipal Presidente Itamar Franco, no Barreiro, fazem malabarismos para driblar a falta de condições para dar aulas. Os transtornos chegaram ao ponto de os próprios estudantes proporem um ato em frente à Secretaria Municipal de Educação (Smed). Na última terça-feira (8), aproveitando uma aula cívica na instituição, levaram faixas com apelos às autoridades.
Desde a inauguração da unidade, em 2013, os 400 estudantes não têm acesso à biblioteca e à sala de informática. As salas que abrigam os livros e computadores até existem. Mas, com rachaduras na parede, o uso do espaço foi impedido pela gerência da regional até que fosse feita uma avaliação técnica da construção.
“Servidores da Smed e da Sudecap já foram à escola. Mas aguardamos ainda o laudo para ter certeza que ninguém corre risco”, afirmou Luiz Roberti, coordenador na Escola Presidente Itamar Franco.
As pendências não se limitam à infraestrutura. Recém-inaugurada, a escola até hoje não teve o cadastro feito pela prefeitura no sistema do Ministério da Educação, deixando os alunos sem os livros didáticos que deveriam ser repassados pelo governo federal.
“A ausência de materiais é suprida com a utilização de livros extras de outras unidades de ensino ou com xerox”, contou Alexandre Alves, professor de geografia.
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal (Sindi-Rede) também denuncia a falta de um professor de educação física nessa escola. Um profissional sem formação adequada assumiu a vaga no ano passado. Hoje, os estudantes ficam soltos na quadra com atividades de recreação.
Kit escolar
Os problemas na Escola Presidente Itamar Franco não são um caso isolado. Desde o início do ano, todas as unidades de ensino da rede aguardam a distribuição do kit escolar. A demora foi atribuída à desqualificação de fornecedor no processo de licitação.
No entanto, a promessa de resolver a questão até o fim de março não se cumpriu, segundo diretores de escolas municipais e o Sindi-Rede. Até o fechamento desta edição, a Smed não se pronunciou sobre o caso.