Alunos mineiros no "Desafio Verde", com soluções inovadoras

Raquel Ramos - Do Hoje em Dia
18/06/2012 às 10:28.
Atualizado em 21/11/2021 às 22:55
 (Carlos Rhienk)

(Carlos Rhienk)

Um prédio autossustentável, com um sistema integrado que gera a energia que todos os moradores consomem. A ideia pode parecer utópica, mas para dois jovens estudantes de engenharia de Belo Horizonte ela se tornou possível por meio do projeto Green Light Concept. Na terça-feira (19), eles viajam a Paris, na França, para apresentar o trabalho na final de uma competição internacional que premia soluções inovadores para a gestão energética.

Igor Soares e Marcellye Miranda, ambos de apenas 20 anos, são os inventores dessa proposta engenhosa. Embora sejam de cursos e faculdades diferentes – ele faz Engenharia de Produção na PUC Minas, e ela estuda Engenharia Mecânica na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – estiveram juntos durante os últimos quatro meses para se dedicar às pesquisas.

“Fiquei sabendo da disputa por um colega, mas como era obrigatório a presença da mulher na dupla, entrei em contato com a Marcellye, que estudou comigo no Colégio Técnico da federal, e ela topou participar junto comigo”, lembra o garoto. Os diferentes conhecimentos que cada um já tinham adquirido nas escolas de engenharia se complementaram para a criação do projeto final, denominado Green Light Concept. Eles também contaram com a ajuda online do americano Chris Collins, gerente geral de sistemas críticos da Schneider Electric, empresa do setor de gestão de energia organizadora do evento.

Sem poder revelar detalhes sobre o plano, a dupla explica a ideia que tiveram. “É um prédio residencial inteligente, com sete soluções para gerar ou poupar energia”, revela Igor. A captação da água pluvial e o tratamento do esgoto e lixo são algumas das estratégias para tornar a construção autossustentável. Outra vantagem ambiental é que o sistema economiza até 65% da água utilizada pelos moradores.

Projeto é aplicável em qualquer lugar do mundo

“Pensamos em um prédio que pudesse sem implantado no Brasil. Mas o legal é que ele tem aplicabilidade em qualquer parte do mundo. Vamos apresentar laudo técnico de engenharia e cálculos de matemática que comprovam a eficiência da construção”, comenta Marcellye. Igor acrescenta que, com a economia de energia e água, o investimento feito para instalação do sistema é restituído em pouco tempo.

Os méritos da pesquisa dos jovens estudantes já foram reconhecidos antes mesmo da final da competição. Para chegar até essa fase, eles tiveram que desbancar outros 600 projetos de alunos da China, França, Alemanha, Índia, Polônia, Rússia, Turquia e Estados Unidos. Apenas 25 trabalhos, incluindo dois brasileiros, foram selecionados para a última etapa.

Faltando poucos dias para se apresentarem aos júri, a dupla treina, em inglês, a fala de cada um. “A ficha ainda não caiu. Estou sem reação, desde o dia que fiquei sabendo que fomos classificados”, afirma Marcellye. Mais confiante do que a colega, Igor se mostra otimista. “Mesmo que a gente não ganhe, estou certo que fizemos um bom trabalho. Até mesmo o nosso mentor aposta nessa ideia. Ele disse que está bem fundamentado”, diz, com animação.

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