Ambientalistas pedem fiscalização de empreendimentos na Grande BH

Patrícia Santos Dumont - Hoje em Dia
11/06/2015 às 19:58.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:26

Ativistas ambientais cobram uma fiscalização mais dura aos empreendimentos imobiliários instalados à beira do Sinclinal Moeda, área oeste do Quadrilátero Ferrífero, localizado na Grande BH. Segundo eles, as obras, entre elas a fábrica da Coca-Cola, em Itabirito, inaugurada nesta quinta-feira (11), e o Csul Lagoa dos Ingleses, em Nova Lima, terão impactos significativos, sobretudo em áreas de recarga hídrica, importantes para o abastecimento de municípios da região, incluindo Belo Horizonte.

O assunto foi debatido nesta tarde na Assembleia Legislativa em audiência requerida pelo presidente da Comissão Extraordinária das Águas, deputado Iran Barbosa (PMDB), e pelo deputado Fred Costa (PEN).

Segundo Fred Costa, as sugestões dos ambientalistas serão levadas aos órgãos competentes. “Precisamos provocar os órgãos não só ambientais, mas que tratam da questão de mobilidade na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para que avaliem os impactos causados pelos empreendimentos e se são sustentáveis do ponto de vista ambiental”, afirmou.

De acordo com a ONG Abrace a Serra da Moeda, o gasto mensal com água no empreendimento CSul seria de 624,7 mil m³. Já na fábrica da Coca-Cola seriam 172,2 mil m³ do recurso hídrico gastos mensalmente. A exploração, de acordo com a entidade, poderia prejudicar o abastecimento dos aquíferos.

“Nossa proposta é que seja encaminhada uma moção para o Igam (Instituto Mineiro de Gestão das Águas) e para a Supram (Superintendência Regional de Regularização Ambiental) solicitando que seja feito um monitoramento do rebaixamento do aquífero para saber a dimensão dos impactos gerados nas nascentes”, ressalta Beatriz Vignolo, representante da Abrace a Serra.

Medidas mitigatórias

A CSul informou que os estudos para o empreendimento contemplam reúso de água em projetos de esgotamento sanitário, preservação de áreas naturais vegetadas e caminhos d'água, além de programas ambientais voltados para o monitoramento da água e de indicadores ambientais. “Nós temos um projeto para 45 anos e não para 45 dias. Queremos contribuir para um modelo de desenvolvimento urbano. Legislação ambiental não se discute, se cumpre”, disse o superintendente da empresa Csul, Valdir Silva Salvador de Oliveira.

A CSul foi criada em 2013 para implantar um projeto de desenvolvimento urbano planejado em uma área da Lagoa dos Ingleses, em Nova Lima e Itabirito, na Grande BH. O projeto deve levar, ao final dos 45 anos de previsão de instalação, de 115 a 140 mil pessoas. O empreendimento ainda não recebeu a licença provisória para operar.

Nenhum representante da Coca-Cola participou da audiência pública.

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