Ameaça de morte a funcionários da UFMG causa pânico em servidores

José Vítor Camilo
20/03/2019 às 18:01.
Atualizado em 05/09/2021 às 17:53
 (Riva Moreira)

(Riva Moreira)

O endereço de IP utilizado para encaminhar ameaças de morte a funcionários da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) já está nas mãos da Polícia Federal (PF). A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da instituição. 

A ameaça foi enviada na madrugada do último sábado (16), por meio do formulário padrão de comunicação do site da universidade. A suspeita é que o autor das ameaças seja um estudante reprovado após concorrer nas modalidades de cotas raciais, o que provocou pânico entre os funcionários da instituição. A partir daí, foi feito o rastreamento do endereço, que foi encaminhado nessa terça-feira (19) para a PF. 

No prédio do Centro de Atividades Didáticas (CAD) 2 há uma espécie de grade isolando a entrada. Porém, segundo a assessoria, a medida não está relacionada às ameaças, e sim a organização da fila para matrícula de novos alunos. Antes do fim do dia, a estrutura foi removida da entrada do prédio.Riva Moreira Alunos em frente ao CAD 2 

"A UFMG recebeu mensagens em tom ameaçador, enviadas a uma caixa de correio eletrônico institucional por um usuário anônimo, supostamente não aprovado para ingresso em alguma modalidade de reserva de vaga. A universidade identificou o IP da conexão que foi utilizada para enviar as mensagens e acionou a Polícia Federal, a quem cabe as investigações", diz a nota divulgada pela assessoria da universidade. A instituição frisa as matrículas ocorreram normalmente e não houve qualquer alteração na rotina da universidade.

A reportagem do Hoje em Dia conversou com um servidor do prédio, que preferiu não ser identificado. Ele teve acesso a pelo menos cinco e-mails contendo as ameaças. "Ele assinava como 'Justiceiro' e falava que teve o sonho interrompido por ter a entrada negada pela banca de cotas. Dizia que ia matar todo mundo, ver o sangue escorrendo das cabeças decepadas dos funcionários. Falava que as balas [da arma] dele estavam ansiosas para nos encontrar, entre outras ameaças", detalha. 

Diante dos e-mails, os trabalhadores do prédio teriam ficado em pânico. "Segunda fomos embora assustados com isso. E notamos que desde então houve um aumento nos seguranças do prédio, colocaram uma viatura perto da porta e fizeram essa 'barricada' na entrada do CAD 2", disse.

O funcionário do setor administrativo conta que o fluxo do prédio foi alterado, sendo necessário passar pela estrutura montada para entrar. "A banca das cotas, que ficava no terceiro andar, foi mudada de lugar", completa.


 

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