Amparo na luta contra o câncer infantil em Minas

Janaína Fonseca - Hoje em Dia
21/12/2014 às 09:53.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:27
 (Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)

(Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)

A carinha sorridente e a disposição para brincar não lembram, nem de longe, a feição de uma criança que sofre de câncer. Um tumor no ovário tem obrigado a pequena Fernanda Damaso, de 2 anos, a enfrentar seis horas e meia de quimioterapia, três vezes por semana. Uma rotina muito pesada para a garotinha e a família dela, de São João del-Rei.   Fernanda faz parte de um grupo de mais de 11 mil crianças e adolescentes que teriam a doença diagnosticada em 2014, segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca).    O levantamento mostra que a região Sudeste lidera o ranking, com 5.600 novos casos, em média. O câncer nessa faixa da população é mais agressivo, o tumor cresce rapidamente, mas há uma resposta melhor ao tratamento, aumentando de forma significativa as possibilidades de cura.   A maior dificuldade, segundo especialistas, é fazer o diagnóstico precoce, pois vários sintomas se confundem com os de outras doenças. E nas cidades do interior de Minas, isso é ainda mais difícil. Há pouca estrutura no sistema de saúde para realizar tomografias, cintilografias e biópsias.   A saída, na grande maioria das vezes, é recorrer a exames e a tratamentos em Belo Horizonte. Os hospitais de referência são o das Clínicas, da Baleia e Santa Casa. Foi o que teve que fazer a família de Fernanda. Logo após o diagnóstico, ela deixou a casa em São João del-Rei para fazer o tratamento na capital.   “O médico tinha desenganado Fernanda. Mas ela está reagindo bem ao tratamento. Depois que o tumor reduzir com a quimioterapia, terá que fazer uma cirurgia para retirá-lo”, conta a avó da menina, Mara da Conceição Damaso, de 50 anos.   Além da doença, outra preocupação da família era onde ficar em Belo Horizonte durante o tratamento. Por indicação do hospital, ela conheceu a Casa de Acolhida Padre Eustáquio (Cape), que fica no bairro São Luiz (Pampulha).   A instituição, mantida pela Associação Dona Lucinha, recebe crianças e adolescentes do interior do Estado que precisam de um local para ficar, juntamente com um acompanhante, enquanto realizam o tratamento contra o câncer.   “Ter uma casa dessas é uma bênção. O carinho com que fomos recebidos aqui já é uma ajuda enorme, porque a gente chega muito deprimido, muito triste”, diz Mara. Ela reveza os cuidados com a mãe da menina. “Uma semana ela fica, na outra sou eu, porque ela trabalha e estuda”. A casa foi criada há um ano e tem hoje, segundo o diretor administrativo, Cláudio Souza Diniz, mais de 35 crianças e adolescentes cadastrados. Alguns têm uma passagem mais rápida pela Cape, outros ficam meses morando no local.   Elza de Avelar, de 37 anos, está na casa com o filho Manuel Lucas, de 10, há nove meses. Depois de ficar dois meses e 21 dias no hospital, eles agora contam com uma estrutura mais aconchegante, tudo gratuito.

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