A implantação de novas linhas no ramal Antônio Carlos/Pedro I, do Move, está atrasada em função da queda de uma das alças do viaduto Batalha dos Guararapes, na avenida Pedro I. Embora a BHTrans garanta que não havia previsão para nenhuma etapa no mês de julho, fontes ligadas a empresas de transporte coletivo em Venda Nova afirmam o contrário. Segundo elas, ampliações marcadas para o dia 19 foram reprogramadas para o dia 26 e, depois, para 2 de agosto.

O motivo do adiamento seria a interdição da pista exclusiva da avenida Pedro I, uma vez que não faria sentido colocar novas linhas circulando por desvios. Três deles apresentam congestionamentos constantes por causa do grande fluxo de veículos.

Uma das linhas que seriam modificadas é a 67 (Venda Nova/Santo Agostinho). Hoje, o ônibus parte da Estação Vilarinho e segue pela pista mista da Antônio Carlos, até a avenida Abraão Caram, na Pampulha. Incorporada ao Move, a linha irá transitar pelas faixas exclusivas ao longo da Pedro I e da Antônio Carlos.

Enquanto a pista não é liberada, tanto para o Move quanto para os demais veículos, o trânsito fica cada dia mais crítico na avenida Pedro I e no entorno. Parte dos 45 mil veículos que passam diariamente pela via segue por rotas alternativas, mas o trajeto não tem sido fácil. Motoristas e usuários do transporte coletivo afirmam ser necessário uma dose extra de paciência para enfrentar os congestionamentos, principalmente em horários de pico. Desde a queda do viaduto, o servidor público Euler Vignoli, de 43 anos, reclama do transtorno que é a volta para casa. Usuário do metrô, ele pega o ônibus da Cidade Administrativa, onde trabalha, até a Estação Vilarinho. Antes, o percurso era feito entre sete e dez minutos, mas agora leva cerca de 40, com o trânsito praticamente parado na MG-010. “Hoje (quinta) ainda tivemos um ingrediente a mais: manifestação em frente à Cidade Administrativa. Tudo isso é estressante”, disse.

Usuários do Move são diretamente afetados pela interdição da Pedro I. Morador do bairro Mantiqueira, em Venda Nova, Rafael Moura, de 24 anos, tem levado 20 minutos para fazer, de ônibus, um percurso de 1,5 km na avenida Vilarinho. “O sistema é muito bom, mas o que seria para melhorar a mobilidade não está resolvendo”, lamentou.

Quem também sofreu com os congestionamentos foi o analista de sistemas Bruno Ursine Guimarães, de 33 anos. Voltando do Aeroporto de Confins na última segunda-feira, ele levou uma hora e meia para chegar até o Cidade Nova (Noroeste). O problema estaria apenas no trajeto bairro/Centro. “No mesmo dia, indo para o aeroporto fiz em 30 minutos”.

Motoristas contribuem para piorar o trânsito

Estacionamento irregular ao longo da avenida Vilarinho, em Venda Nova, também tem contribuído para os congestionamentos na região. Com três faixas no sentido bairro/Centro, a inauguração de estações do Move na avenida criou uma pista exclusiva para ônibus, deixando as outras duas para os demais veículos.

No entanto, uma das faixas está sendo usada como estacionamento, apesar da proibição. “Isso acontece a qualquer hora do dia, e você não vê um agente para fiscalizar”, comentou o educador Rafael Moura.

Por meio de nota, a Guarda Municipal informou que está atuando em conjunto com a PM e a BHTrans na tentativa de garantir o maior fluxo de veículos nas vias afetadas pela queda do viaduto. As denúncias de estacionamento irregular foram pauta de uma reunião entre os três órgãos.

OBRAS

A última previsão de entrega do ramal Move da Antônio Carlos/Pedro I era abril, antes da Copa do Mundo. Mas, no cronograma original, a obra deveria ter ficado pronta dois anos antes, em setembro de 2012.

Por meio de nota, a BHTrans informou apenas que “outras linhas já existentes na região farão parte do sistema Move gradativamente e serão divulgadas com antecedência”.
 

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