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A família da cabeleireira Edisa Soloni, de 20 anos, que morreu depois de fazer duas cirurgias plásticas em uma clínica na Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte, no ano passado, espera que o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) aceite a acusação contra o médico que realizou os procedimentos.
O inquérito policial apontou que houve erro médico e a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) indiciou o médico, por homicídio doloso – quando há intenção de matar. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) concluiu que a cabeleireira morreu devido a uma embolia pulmonar e tinha múltiplas perfurações nos órgãos.
A irmã da cabeleireira, Samea Soloni, diz que “o resultado do inquérito foi uma resposta que a gente esperava mesmo, que ele fosse indiciado, já que todas as provas mostram que ele foi negligente”.
O médico continua solto e trabalhando normalmente. O profissional enfrentou um outro problema semelhante. A funcionária pública Kátia Maciel Dias morreu depois de ser operada por ele em 2011.
“Mesmo com tudo isso, o CRM não afastou o médico das atividades dele, ele continua operando outras pessoas. A minha família não está lutando só pela minha irmã, é pelas outras vidas que ele tirou e ficou por isso mesmo”, concluiu Samea Soloni.
Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Minas Gerais (CRM-MG) informou que foi instaurada sindicância para apuração de caso envolvendo morte de paciente após realização de cirurgia plástica, e que os procedimentos tramitam em sigilo, conforme o Código de Processo Ético Profissional (CPEP).
Caso
A cabeleireira Edisa Soloni fez dois procedimentos estéticos, lipoescultura e enxerto de silicone no glúteo, no dia 11 de setembro de 2020, na clínica na Savassi. Ela começou a se sentir mal logo após as cirurgias e foi transferida para um hospital, mas não resistiu e morreu no dia seguinte.