Após alagamento e destuição, moradores começam a calcular prejuízos em Venda Nova

Renata Evangelista
rsouza@hojeemdia.com.br
13/12/2016 às 10:19.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:03

"O cenário é sempre devastador e o tormento se repete todo ano. Estou desiludida, mas vou fazer o que? Fechar as portas".  O lamento é da empresária Kátia Carvalho, de 50 anos, que tem uma loja de auto-peças na avenida Vilarinho, região de Venda Nova, em Belo Horizonte, que foi inundada na noite de segunda-feira (12). 

O sentimento de impotência e frustração, contudo, não limita-se a ela e é compartilhado por todos os comerciantes às margens da via. "Não tenho mais lágrimas para chorar", relatou Paulo Karmaluk, de 67 anos. Na loja de acessórios dele a água subiu quase 50 centímetros, mas em outros pontos o nível ultrapassou os dois metros. 

Foi o caso da distribuidora ELC. Após ter todos os produtos perdidos em menos de 10 dias, a proprietária retirou todos os equipamentos da loja. 

Limpeza e prejuízo 

Muitos comerciantes ouvidos pela reportagem não conseguem calcular os prejuízos, mas Carvalho acredita que tenha ultrapassado os R$ 20 mil. 
Nesta terça-feira (13), ela e todas as outras pessoas que trabalham na Vilarinho tiraram o dia para limpar a sujeira deixada pela enchente. Equipes de manutenção e de limpeza urbana da Prefeitura de BH também estão espalhadas nas ruas da região para recolher lixo e barro, fazer recapeamento das vias danificadas e repor os gradil arrancados. 

Susto

O volume de chuva do início desta manhã provocou alagamento na esquina da avenida Cristiano Machado com Sebastião de Brito, no bairro Dona Clara, região da Pampulha. De acordo com o Corpo de Bombeiros, um ônibus escolar ficou ilhado e cinco crianças tiveram que ser resgatadas. Minutos após os momentos de tensão, o nível da água baixou naturalmente e ninguém se feriu.

Caos

O temporal que atingiu a capital mineira na noite de segunda-feira (12) colocou as regiões de Venda Norte e Nordeste em estado de alerta máximo. O grande volume de precipitação provocou o alagamento de diversas vias e deixou dezenas de ilhados. 

A situação mais crítica, conforme a Comdec, foi na avenida Vilarinho. Lá, carros foram arrastados pela força da correnteza e ao menos dois ônibus ficaram parcialmente submersos. Os passageiros tiveram que subir nos bancos para se livrar da água suja. 

Segundo a Defesa Civil de BH, em 24 horas choveu 67mm em Venda Nova, sendo 58,2mm em um período de 4 horas. O volume considerado altíssimo e muito acima da média. 

A região Leste teve o maior acumulado do dia, com 88mm. Apesar do volume, nenhuma ocorrência grave foi registrada por causa da chuva.

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