Após alta de arrombamentos em Umeis, secretaria estuda recontratar vigias

Bruno Moreno
bmoreno@hojeemdia.com.br
17/03/2017 às 21:54.
Atualizado em 15/11/2021 às 13:47

Escolas sob responsabilidade da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), incluindo as Unidades Municipais de Ensino Infantil (Umeis), foram arrombadas 49 vezes no ano passado. Isoladamente, parece pouco, mas o número é 123% maior que o registrado em 2015, quando 22 instituições foram invadidas, tornando-se alvo de depredações e furtos. O crescimento dos crimes ocorreu principalmente no segundo semestre de 2016, após a retirada de vigilantes que faziam a guarda à noite e aos fins de semana. Os dados são da Secretaria Municipal de Educação (SMED), com informações da Guarda Municipal.

Passados seis meses, a pasta estuda a possibilidade de retornar com a segurança presencial em 50 unidades da capital. A relação dos locais não foi informada.

Atualmente, escolas e Umeis contam com sistema eletrônico de segurança. A contratação é feita diretamente pelos diretores por meio do caixa escolar, recurso repassado pela PBH para que as instituições façam investimentos, paguem contas extras e façam manutenções esporádicas. 

Porém, esse dinheiro tem sido usado também para reparar danos causados pelos invasores, já que os sistemas de segurança eletrônicos não têm intimidado os arrombadores.

Vigias das escolas municipais e Umeis foram substituídos por sistemas eletrônicos de segurança, contratados pelos diretores das unidades por meio do caixa escolar, recurso transferido pela prefeitura

  

Alvos
Os bandidos vasculham tudo em busca de objetos de valor, principalmente eletrônicos. Dentre os materiais mais furtados estão computadores, ventiladores, micro-ondas e equipamentos de cozinha. Eles deixam um rastro de bagunça e depredação, com armários abertos, portas amassadas e janelas quebradas, além de alimentos, livros e cadernos espalhados pelo chão.

Mas o prejuízo não é só material. “Quando se perde um boletim de um aluno, arquivos, cadernos e livros, há o prejuízo imaterial também”, argumenta o diretor de imprensa do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede), Luiz Bittencourt.

Mais segurança
A SMED informou que as contratações dos seguranças devem ocorrer até o fim do mês. “A lista de escolas que estão recebend[/TEXTO]o os vigias foi definida a partir de demandas das diretoras, em vista de estatísticas de ocorrências da Secretaria Municipal de Segurança Urbana e Patrimonial”, informa nota enviada pela pasta.

Segundo a secretaria, a demissão dos vigias foi decisão tomada pela administração anterior, “no intuito de cortar custos”. A SMED informou que fez reade-quação orçamentária para destinar verba para a contração da segurança presencial.

Guarda Municipal volta a fazer rondas próximo a unidades

Sem a presença dos vigilantes, uma nova estratégia de policiamento foi traçada com o retorno dos vigias às instituições. Duplas de agentes da Guarda Municipal passaram a atuar presencialmente em 90 escolas, em dias alternados. 

Rondas motorizadas em viaturas também ajudam no patrulhamento preventivo. Para esse serviço, a frota é de 45 viaturas. Atualmente, 321 unidades de ensino municipal estão vinculadas à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), sendo 191 escolas regulares e 130 UMEIs. 

Para o diretor do Sind-Rede, Luiz Bittencourt, o número de 50 escolas que podem ter o retorno de vigilantes neste ano ainda é tímido. O ideal, reforça Bittencourt, era que todas tivessem com o serviço, como existia anteriormente.

“A melhor solução é o retorno dos vigias. Eles são vinculados às comunidades, e isso faz muita diferença. O número de invasões e arrombamentos era muito menor quando eles estavam trabalhando”, defende.

Por meio de nota, a Polícia Militar de Minas Gerais (PM) explicou que possui o serviço da Patrulha Escolar, que tem como objetivo prevenir e reprimir crimes e contravenções que possam acontecer no entorno das escolas, durante o período de funcionamento do educandário.

A corporação informou, ainda, que realiza policiamento ostensivo preventivo e repressivo qualificado em toda a cidade, registrando ocorrências quando há a necessidade, contando sempre com a ajuda da Guarda Municipal, no tocante à guarda do patrimônio escolar municipal.

Números estáveis
A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) disponibilizou dados gerais do número de furtos nas escolas de Belo Horizonte. A estatística leva em conta tanto instituições públicas quanto privadas. No comparativo entre ano passado e 2015, as ocorrências ficaram estáveis: foram 907 furtos em 2016 ante 905 no ano anterior.

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